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segunda-feira, 28 de março de 2011

Linha dos Guardiões


Lamentável. Profundamente lamentável. Esta é uma das expressões que mais passam pela mente dos verdadeiros e estudiosos umbandistas que, ao percorrerem alguns terreiros, verificam quão distorcido é o conceito sobre a figura dos Exus, espíritos mal compreendidos, mas que, apesar disto, continuar a contribuir eficazmente para os trabalhos de Umbanda.
Antes de dissertarmos sobre estes humildes trabalhadores espirituais, que não medem esforços para minorar o sofrimento humano, necessário se faz buscar a etimologia (origem) do nome Exu, assunto que tem encontrado vasto campos de discussões. Basicamente existem três correntes de pensamento, ou doutrinárias, como queiram, que tentam explicar o nascedouro do vocábulo Exu.
A primeira corrente afirma que a palavra Exu seria uma corruptela ou distorção do nomes Esseiá/Essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem, nomenclatura dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria, continente que teria existido no planeta Terra.
A Segunda corrente assevera que o nome Exu seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço do imperador Ugra, na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e preceitos preconizados pelos Magos Brancos do império. Foi totalmente dominado e banido com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu / Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado.
A terceira corrente afirma que o nome Exu é de origem africana e quer dizer Esfera.
Saliente-se que entre os hebreus encontramos o termo Exud, originário do sânscrito, significando também povo banido.
Ainda hoje, apesar dos esforços direcionados a um maior estudo no meio umbandista, os Exus são tidos, pelos que não conhecem suas origens e atribuições, como a personificação individualizada do mal, o diabo incorporado. Tal imagem é fruto de más interpretações dadas por pessoas que, não tendo a devida cautela em avaliar fatos e objetos de culto, passaram a conferir aos Exus o título de mensageiros das trevas.
Na África, em cultos nativos, o Exu, então orixá mensageiro, era ligado ao elemento fogo, o que para as doutrinas judaico-cristã era e é a ferramenta do diabo para fazer arder as almas pecadoras no inferno, sendo assemelhado por isto a lúcifer.
Suas representações eram em formas de falos, significando a energia, a reprodução, o nascer de novo, a continuidade. Viajantes que por aquele continente passavam, deparando-se com tal quadro, vincularam os Exus a divindades da perdição sexual, da orgia, atributo conferido a satanás.
Esta imagem pejorativa de Exu-Orixá foi erroneamente absorvida e difundida por alguns umbandistas, sobretudo aqueles que tiveram passagem por cultos africanistas, o que fez com que uma gama de espíritos de certa evolução que vieram à Umbanda desempenhar funções mais terra-a-terra, fossem equiparados a falangeiros do mal, sendo até hoje os Exus simbolizados por figuras grotescas, com chifres, rabos, pés de bode, tridentes, sendo tal imagem do mal pertinente a outros segmentos religiosos.
Em realidade os Exus constituem-se em uma notável falange de abnegados espíritos combatentes de nossa Umbanda. São hierarquicamente organizados e realizam tarefas atinentes à sua faixa vibratória. São os elementos de execução e auxiliares dos Orixás, Guias e Protetores, tendo, entre outras tarefas, a de serem as sentinelas das casas de Umbanda, de policiarem o baixo astral e anularem trabalhos de baixa magia. Ao contrário do que pensam alguns, têm noção exata de Bem e Mal. São justos, ajudando a cada um segundo ordens superiores e merecimento daquele que pede auxílio.
São os Exus que freiam as ações malévolas dos obsessores que atormentam os humanos no dia-a-dia. São os vigilantes ostensivos, a tropa de choque que está alerta contra os kiumbas, prendendo-os e encaminhando-os à Colônias de Regeneração ou Prisões Astrais.
Em algumas ocasiões baixam em templos de Umbanda, ou mesmo em templos de outras religiões, espíritos que tumultuam o ambiente, promovendo espetáculos circenses, galhofas, e se comportando de maneira deselegante para com os presentes, xingando-os e proferindo palavras de baixo calão. Comportamento como estes não devem ser imputados aos Exus, e sim aos Kiumbas, espíritos moralmente atrofiados e que ainda não compreenderam a imutável Lei de Evolução, apegados que estão aos vícios, desejos e sentimentos humanos. Os Kiumbas, para penetrarem nos terreiros, fingem ser Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças etc., cabendo ao Guia-chefe da Casa estar sempre vigilante ante a determinadas condutas, como palavrões, exibições bizarras, ameaças etc.
Um outro aspecto importante que merece ser suscitado diz respeito a alguns "médiuns" infiltrados no Movimento Umbandista. Despidos das qualidades nobres que o ser humano necessita buscar para seu progresso espiritual, contaminam e desarmonizam os locais de trabalhos espirituais. Tentam impressionar os menos esclarecidos com gracejos, malabarismos, convites imorais, encharcados de aguardente.
"Desincorporados", atribuem aos Exus e Exus Bombogiras (polo feminino) tais comportamentos.
Fatos como estes são afetos a pessoas sem escrúpulos, moral ou ética, pessoas perniciosas. Mau-caracteres, aproveitam a imagem distorcida de Exu para exteriorizarem o seu verdadeiro "eu". Estes "médiuns" não raras vezes, acabam caindo no ridículo, ficam desacreditados, dando margem, segundo a Lei de Afinidades, a aproximação e posterior tormento por parte dos obsessores.
Os Exus são espíritos que, como nós, buscam a evolução, a elevação, empenhando-se o mais que podem para aplicarem as diretrizes traçadas pelo Mestre Jesus. É bem verdade que em seu estágio hierárquico inicial os Exus ainda têm um comportamento às vezes instável, cabendo aos verdadeiros umbandistas o dever de não deixar que se desvirtuem de seu avanço espiritual. Porém, nada que justifique serem rotulados de criaturas fantasmagóricas, horrendas e repugnantes.
Fantasmagóricos, horrendos e repugnantes são aqueles que difundem esta visão de Exu, fazendo com que os iniciantes no culto fiquem temerosos quando um Exu se manifesta. Aqueles sim são kiumbas encarnados, que prestam um desserviço à religião, promovendo o terror, a obscuridade, o conflito, a confusão. Diminuem os Exus à condição de espíritos interesseiros, astutos e cruéis; que são maus para uns e bons para outros, dependendo dos agrados ou presentes que recebam; de moral duvidosa, fumando os melhores charutos e bebendo os melhores uísques.
A que ponto pode chegar a ignorância humana em visualizar estes seres espirituais como meros negociantes ilícitos, fazendo dos terreiros balcão de negócios, em total dissonância com o bom senso e a Lei Suprema. Exu não é marionete. Exu não é o diabo. Exu é símbolo de dinamismo, de aperfeiçoamento espiritual constante.

SÚPLICA DE UM EXÚ
Sou EXU, Senhor!
Pai, permite que assim te chame, pois, na realidade, Tu o és, como és meu criador.
Formaste-me da poeira Ástrica, mas como tudo que provém de Ti, sou real e eterno. Permite Senhor, que eu possa servir-Te nas mais humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos. Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, e gênio do mal e de tudo o mais em que encontram palavras para exprimir o Seu desprezo por mim; no entanto, nem suspeitam que nada mais sou do que o reflexo deles mesmos. Não reclamo, não me queixo porque esta é a Tua vontade. Sou escorraçado, sou condenado a habitar as profundezas escuras da terra e trafegar pelas sendas tortuosas da provação. Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante. Sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humanas sem contudo poder negar-me ou recorrer. Pelo pensamento dos inconscientes, sou arrastado a exercer a descrença, a confusão e a ignomínia, pois esta é a condição que Tu me impuseste. Não reclamo, Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos, que criaste à Tua imagem e semelhança, serem envolvidos pelo turbilhão de iniqüidades que eles mesmos criam, e eu, por Tua lei inflexível, delas tenho que participar. No entanto, Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz quando encontro com algum coração, um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade. Aceito sem queixumes, Senhor, a lei que, na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste, a de executor das consciências, mas lamento e sofro mais porque os homens até hoje, não conseguiram compreender-me.
Peço-Te, Oh Pai infinito, que lhes perdoe.
Peço-Te, não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os teus humanos filhos.
Peço-Te, não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os teus humanos filhos.
Perdoa-os, e torna-os bons, porque somente através da bondade do seu coração, poderei sentir a vibração do Teu amor e a graça do Teu perdão.
UM EXÚ

Um comentário:

Anônimo disse...

Salve! Saravá! Laroiê! Mojubá! Ave! Namastê! Viva! Shalom! Malê, Malembe (Maleime, Maleme), Agô! Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de todo e do fundo, de meu coração e minha alma, espírito, psiquismo (mente), por tudo de bom, a mim! Sempre (Mesmo)! Axé, Axé, muito Axé!...

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