Seguidores e Amigos da Umbanda

Translate

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Desenvolvimento Mediúnico e Comprometimento Mediúnico


COMPROMETIMENTO MEDIUNICO

Desenvolver a mediunidade na Um­banda é algo considerado de gran­de responsabilidade.

O mé­dium que vai se desenvolver irá lidar com vidas humanas, muitas vezes, em momentos de dor e perdas,
outros em conflitos existenciais e questionamentos de valores.

Este médium para exercer mini­ma­mente bem sua atividade mediúnica diante da responsabilidade assumida deve ter ao menos comprometimento com o compromisso assumido ou que pretende assumir. Podemos chamar de “Comprometimento Mediúnico”.

Se a tarefa mediúnica não é priori­da­de em sua vida,
então podemos con­cluir que dificilmente realizará um bom trabalho para si e para os outros, pois, não basta ter o fenômeno de incorpo­ração e deixar que um espírito faça tudo e assuma todas as responsabilidades como se este trabalho não dependesse também de uma parceria entre o médium e seus guias que necessitam dele para trabalhar e vice-versa.

Sem comprometimento o trabalho espiritual fica para segundo plano:

Vela de anjo da guarda, banhos, firmezas, orações e verdades ficam para trás.

Quando se dá conta já não consegue mais ter a freqüência desejada no com­promisso assumido.
        
Quando chega a este ponto, de dar desculpas a si mesmo e aos outros por suas faltas, temos um sinal de alerta.

Talvez, este médium deva voltar a assis­tência durante um período para pensar melhor se quer apenas poder vir de vez em quando ao terreiro ou assumir um compromisso consigo mesmo e com a espiritualidade.

Se pretende freqüentar esporadi­camente o templo de Umbanda, basta estar na consulência e dar passagem a seus Guias quando houver esta liberdade ou mesmo recebê-los em sua casa para que seus Mentores lhe dêem uma orien­tação pessoal no caminho a seguir e como lidar com a situação. Precisamos ouvir nossos Guias an­tes de esperar que os outros os ouçam.


Somos médiuns para oferecer o dom a quem necessita, para recebermos e buscar algo nossa posição é de con­sulente; aquele que mais pretende oferecer que receber é médium, aquele que pretende mais receber que ofe­re­cer é consulente. Mas há de convir que o médium é o primeiro a receber os be­nefícios do convívio com as entidades espi­rituais. Pois tudo de bom passa por ele enquanto as cargas negativas, emo­ções e dores se descarregam sem per­manecer nele mesmo.

A oportunidade de aprendizado ou­vindo as dores alheias são únicas e po­dem transformar sua vida. Assim como uma palavra certa pode salvar vidas, uma palavra errada pode destruir vidas e aí está a grande respon­sabilidade mediúnica.

Melhor uma entidade “muda” a outra que no seu afã “de ajudar” possa falar “demais” ou “além da conta”, sem entrar no mérito de “bobagens” ditas acerca da vida, dos costumes ou valores de quem se encontra na dor ou numa en­cruzilhada da vida.

Comprometimento mediúnico é comprometimento com a vida, o descomprometimento mediúnico denota descomprometimento com a vida, um alto enganar-se, auto sabotagem ou simplesmente um sinal de que, talvez, pode ser, que o seu caminho seja em outro lugar, o que pode ser na mesma religião ou outra religião. E ninguém pode saber esta resposta a não ser você mesmo com a força do seu coração e do seu ser junto ao “eu superior” e Deus.

Escrevi estas linhas para meus irmãos, filhos, do terreiro/templo – escola Pena Branca, mas creio que embora esteja carregado de alguns conceitos locais (restritos a este Templo) ofereço a todos como uma reflexão sobre o compromisso e o comprometimento mediúnico.

Não se engane, não se melindre, nem busque muletas emocionais para se colocar na posição de perseguido ou
discriminado. Num trabalho espiritual não há “patinho feio” todos tem o mesmo valor e fazem parte  do mesmo todo. Cabe a cada um reconhecer onde deve se melhorar, no entanto não nos cabe buscar onde o outro deve melhorar, só nos cabe aceita-lo, desde que suas atitudes não coloquem em risco o trabalho do grupo.

Só ao dirigente espiritual cabe esta responsabilidade, que é ENORME, pois assim como uma palavra errada à um consulente pode criar um problema em sua vida e derrubá-lo por mecanismos de sua própria mente ,que ainda não foi “burilada” (no sentido psicológico e não iniciático), por falta de maturidade, da mesma forma uma troca de informações e impressões desencontradas entre médiuns, de uns a cerca dos outros, pode levar ao afastamento temporário ou permanente daquele que recebeu critica errada na hora errada ou simplesmente uma instrução não adequada, com relação a si, seu comportamento ou a condição
Mediúnica dentro de tal templo.

Da mesma forma médiuns que se melindras e acreditam que merecem mais atenção, médiuns que crêem que só eles estão com a razão e todos errados, médiuns que descarregam seu emocionais desequilibrados durante um trabalho mediúnico ou que buscam dentro do grupo a posição de vitima para chamar a atenção, da mesma forma como foram condicionados em seus lares, escolas, ambiente de trabalho ou na sociedade em geral, precisam antes de assumir a responsabilidade de incorporar uma entidade para tratar e ouvir aos outros... Ele precisa antes cuidar de si mesmo, aprender a aceitar-se mais, perdoar-se e perdoar aos que lhe machucaram durante o processo de crescimento.

Crescer dói, mas não há dor que não termine e melhor sentir a dor num processo de transformação para melhor e curar-se, aceitando seus próprios erros, independente da vida tê-lo feito sofrer, do que  alimentar anos de dor calcada numa posição de vitimização.

Hoje um dos assuntos mais em alta é a questão do “Buling” nas escolas e todos nós que somos Pais sofremos junto e sabemos o drama e traumas do “Buling”, pois quem não sofreu “Buling” em algum momento da vida escolar assistiu alguém vítima de “Buling” e pode observar como seu comportamento ficou alterado, como a criança muitas vezes vai se tornando reclusa e fechada com receio de se expressar e ser notado pelos agressores.

Em muito momentos da vida carregamos esta “Síndrome de Buling”, assim como muitos foram “abusados”, outros foram expostos ao ridículo de várias formas, ou simplesmente foram desacreditados de si mesmos... Assim como todas as outras dores
Estas também devem ser curadas.

No entanto se nos oferecem muitas ferramentas para nossa cura e não houver uma vontade sincera de curar-se podemos nos acomodar e com o tempo passar a crer que toda critica mesmo que construtiva foi escrita e endereçada a nós:

“Foi colocado para todos lerem ou dito para todos ouvirem, mas no fundo ‘eu’ sei que era para mim...”

Bem as vezes é mesmo, não é?

As vezes não, via das duvidas o melhor é dar o nosso melhor
Mediunicamente, respeitar a casa que nos acolhe e os irmãos que estão no mesmo “barco”, assim só nos resta a consciência tranqüila de um trabalho silencioso...

Um grande abraço,
Axé
Que Oxalá nos abençoe

Alexandre Cumino


Texto Complementar Cicatrizes:


Cicatrizes
Autor Desconhecido

Há alguns anos, em um dia quente de verão, um pequeno menino decidiu ir nadar no lago que havia atrás de sua casa. Na pressa de mergulhar na água  fresca, foi correndo, deixando para trás os sapatos, as meias e a camisa.  Voou para a água, não percebendo que enquanto nadava para o meio do lago, um jacaré estava deixando a margem e entrando na água.

Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais perto um do outro.  Com medo absoluto, correu para o lago, gritando para seu filho o mais alto quanto conseguia. Ouvindo sua voz, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta ao encontro sua mãe.  Mas era tarde.

Assim que a alcançou, o jacaré também o alcançou.

A mãe agarrou seu menino pelos braços enquanto o jacaré agarrou seus pés.  Começou um cabo-de-guerra incrível entre os dois.  O jacaré era muito mais forte do que a mãe, mas a mãe era por demais apaixonada para deixá-lo ir... Um fazendeiro que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e disparou no jacaré.

De forma impressionante, após semanas e semanas no hospital, o pequeno menino sobreviveu.  Seus pés extremamente machucados pelo ataque do animal, e, em seus braços,  os riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas no esforço  sobre o filho que ela amava.

Um repórter de jornal que entrevistou o menino após o trauma, perguntou-lhe se podia mostrar suas cicatrizes.  O menino levantou seus pés.  E então, com óbvio orgulho, disse ao repórter: “Mas olhe em meus braços.  Eu tenho grandes cicatrizes em meus braços também.  Eu as tenho porque minha mãe não deixou eu ir.”

Você e eu podemos nos identificar com esse pequeno menino. Nós também temos muitas cicatrizes. Não, não a de um jacaré, ou qualquer  coisa assim tão dramática, mas as cicatrizes de um passado doloroso, algumas daquelas cicatrizes são feias e causam-nos profunda dor.  Mas, algumas feridas, meus amigos, são porque DEUS se recusou a nos deixar ir.

E enquanto você se esforçava, Ele estava lhe segurando. Se hoje o momento é difícil, talvez o que está te causando dor seja Deus cravando-lhe suas unhas para não te deixar ir, lembre-se do jacaré e, muito mais, d’Aquele que mesmo em meio a tantas lutas nunca vai te abandonar e certamente vai fazer o que for necessário para não te perder, ainda que para isso seja preciso deixar-lhe cicatrizes.



Este texto não foi escrito para ninguém em especial, ele é dedicado a todos inclusive a mim também.

Por Alexandre Cumino

O Bem e o Mal - Segundo os Espíritos



629. Que definição se pode dar da moral?

“A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”

630. Como se pode distinguir o bem do mal?

“O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.”

631. Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?

“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu inteligência para distinguir um do outro.”

632. Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal?

“Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.”

633. A regra do bem e do mal, que se poderia chamar de reciprocidade ou de solidariedade, é inaplicável ao proceder pessoal do homem para consigo mesmo. Achará ele, na lei natural, a regra desse proceder e um guia seguro?

“Quando comeis em excesso, verificais que isso vos faz mal. Pois bem, é Deus quem vos dá a medida daquilo de que necessitais. Quando excedeis dessa medida, sois punidos. Em tudo é assim. A lei natural traça para o homem o limite das suas necessidades. Se ele ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento. Se atendesse sempre à voz que lhe diz - basta, evitaria a maior parte dos males, cuja culpa lança à Natureza.”

634. Por que está o mal na natureza das coisas? Falo do mal moral. Não podia Deus ter criado a Humanidade em melhores condições?

“Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa que o homem escolha o caminho. Tanto pior para ele, se toma o caminho mau: mais longa será sua peregrinação. Se não existissem montanhas, não compreenderia o homem que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros. É preciso que o Espírito ganhe experiência; é preciso, portanto, que conheça o bem e o mau. Eis por que se une ao corpo.”

635. Das diferentes posições sociais nascem necessidades que não são idênticas para todos os homens. Não parece poder inferir-se daí que a lei natural não constitui regra uniforme?

“Essas diferentes posições são da natureza das coisas e conformes à lei do progresso. Isso não infirma a unidade da lei natural, que se aplica a tudo.”

Nota de Allan Kardec - As condições de existência do homem mudam de acordo com os tempos e os lugares, do que lhe resultam necessidades diferentes e posições sociais apropriadas a essas necessidades. Pois que está na ordem das coisas, tal diversidade é conforme à lei de Deus, lei que não deixa de ser una quanto ao seu princípio. À razão cabe distinguir as necessidades reais das factícias ou convencionais.

636. São absolutos, para todos os homens, o bem e o mal?

“A Lei de Deus é a mesma para todos; porém, o mal depende principalmente da vontade que se tenha de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal, qualquer que seja a posição do homem. Diferença só há quanto ao grau da responsabilidade.”

637. Será culpado o selvagem que, cedendo ao seu instinto, se nutre de carne humana?

“Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem! Tanto mais culpado é o homem, quanto melhor sabe o que faz.”

Nota de Allan Kardec - As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. Muitas vezes, comete o homem faltas, que, nem por serem conseqüência da posição em que a sociedade o colocou, se tornam menos repreensíveis. Mas, a sua responsabilidade é proporcionada aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. Assim, mais culpado é, aos olhos de Deus, o homem instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos.

638. Parece, às vezes, que o mal é uma conseqüência da força das coisas. Tal, por exemplo, a necessidade em que o homem se vê, nalguns casos, de destruir, até mesmo o seu semelhante. Poder-se-á dizer que há, então, infração da lei de Deus?

“Embora necessário, o mal não deixa de ser o mal. Essa necessidade desaparece, entretanto, à medida que a alma se depura, passando de uma a outra existência. Então, mais culpado é o homem, quando o pratica, porque melhor o compreende.”

639. Não sucede freqüentemente resultar o mal, que o homem pratica, da posição em que os outros homens o colocam? Quais, nesse caso, os culpados?

“O mal recai sobre quem lhe foi o causador. Nessas condições, aquele que é levado a praticar o mal pela posição em que seus semelhantes o colocam tem menos culpa do que os que, assim procedendo, o ocasionaram. Porque, cada um será punido, não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar.”

640. Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?

“É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se ousara.”

641. Será tão repreensível, quanto fazer o mal, o desejá-lo?

“Conforme. Há virtude em resistir-se voluntariamente ao mal que se deseja praticar, sobretudo quando há possibilidade de satisfazer-se a esse desejo. Se apenas não o pratica por falta de ocasião, é culpado quem o deseja.”

642. Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?

“Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”

643. Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o bem?

“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.”

644. Para certos homens, o meio onde se acham colocados não representa a causa primária de muitos vícios e crimes?

“Sim, mas ainda aí há uma prova que o Espírito escolheu, quando em liberdade, levado pelo desejo de expor-se à tentação para ter o mérito da resistência.”

645. Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível?

“Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo dentro da atmosfera do vício, com grandes virtudes às vezes deparas. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes.”

646. Estará subordinado a determinadas condições o mérito do bem que se pratique? Por outra: Será de diferentes graus o mérito que resulta da prática do bem?

“O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Nenhum merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe. Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra, disse-o Jesus, a propósito do óbolo da viúva.”

671. Que devemos pensar das chamadas guerras santas? O sentimento que impele os povos fanáticos, tendo em vista agradar a Deus, a exterminarem o mais possível os que não partilham de suas crenças, poderá equiparar-se, quanto à origem, ao sentimento que os excitava outrora a sacrificarem seus semelhantes?

“São impelidos pelos maus Espíritos e, fazendo a guerra aos seus semelhantes, contravêm à vontade de Deus, que manda ame cada um o seu irmão, como a si mesmo. Todas as religiões, ou, antes, todos os povos adoram um mesmo Deus, qualquer que seja o nome que lhe dêem. Por que então há de um fazer guerra a outro, sob o fundamento de ser a religião deste diferente da sua, ou por não ter ainda atingido o grau de progresso da dos povos cultos? Se são desculpáveis os povos de não crerem na palavra daquele que o Espírito de Deus animava e que Deus enviou, sobretudo os que não o viram e não lhe testemunharam os atos, como pretenderdes que creiam nessa palavra de paz, quando lhes ides levá-la de espada em punho? Eles têm que ser esclarecidos e devemos esforçar-nos por fazê-los conhecer a doutrina do Salvador, mediante a persuasão e com brandura, nunca a ferro e fogo. Em vossa maioria, não acreditais nas comunicações que temos com certos mortais; como quereríeis que estranhos acreditassem na vossa palavra, quando desmentis com os atos a doutrina que pregais?”


Livro dos Espíritos - PARTE 3ª - CAPÍTULO II – Allan Kardec.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Que te Fez Escolher a Umbanda?


Saravá os filhos da Nação Pindorama! 
Esse caboclo em terras brasileiras em minhas andanças nos trabalhos de Umbanda tem observado que ainda hoje aflige os filhos o não entendimento de terceiros pela sua opção religiosa.
Com toda certeza, muito dos filhos umbandistas servidores da Bandeira de Pai Oxalá já escutaram essa pergunta por parte de outras pessoas ou já ouviram ela mesma no silêncio da mente e da alma de cada um, principalmente nos momentos em que se apresentam batalhas quer no campo íntimo, quer na execução do compromisso umbandista, requerendo dos médiuns e dos sacerdotes, fundamentalmente desses, a postura assumida quando adentraram a corrente do terreiro ou quando foram consagrados para efetivarem na terra a mensagem dos Guias e Mentores da Umbanda.
Se há pessoas estranhas que não compreendem a Umbanda como uma Religião séria conforme sua proposta de trabalho denominada pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, é porque os filhos de Umbanda não têm procurado mostrá-la de forma clara, transparente e cristalina como a mesma se propõe, trazendo para Ela fundamentos que não lhe pertencem. Por que será que alguns filhos acham que o fundamento da Umbanda está fora Dela e não Nela?
O Centenário da Umbanda, é fato trazido a todos pelo sábio irmão tempo que a tudo reajusta e regula. E o pós-Centenário como será vivido, observado e exemplificado por vocês? Já pararam para se perguntar que existirá uma nova contagem de tempo?
Meus filhos! Antes de tudo a Umbanda é harmonia.
Mais que verbalizar nos meios modernos que propicia uma ampla divulgação, é inadiável viver a Umbanda nos atos do dia-a-dia e não só nos momentos das giras nos terreiros. Umbanda se aprende no terreiro a cada gira e com cada entidade que vem em terra trazer a mensagem de Aruanda para seus médiuns e para os demais que buscam o socorro de cada Casa que auxilia em nome da Lei Maior e isso meus filhos não foi e jamais será escrito em nenhum compêndio literário por não comportar a singeleza e sutileza dos trabalhos da Umbanda.
Vocês já tentaram segurar o vento? Ou, por ventura, conter uma correnteza ou deter a cachoeira? Claro que não! Por ser impossível ir de encontro à natureza.
Ao invés de vocês se lembrarem de por que escolheram a Umbanda? Seria importante entender para que estejam Nela. Só encontrando essa resposta é que os filhos de Pindorama entenderão o porque da Umbanda está na vida de cada um.
Saravá o Caboclo das 7 Encruzilhadas!
Glória a Deus nas alturas,
Paz na Terra aos homens de boa vontade.

Paraguaçú, um caboclo em terras brasileiras - Em, 15 de outubro de 2008
Médium Mãe Luzia Nascimento - Extraído do Grupo DUEE - "Doutrina Umbandista e Estudos Espiritualistas.

Nós e a Parábola do Semeador


A vivência cristã tem suas raízes mais profundas na Parábola do Semeador, conhecida como a “parábola das parábolas”. É claro que em todas elas encontramos os elementos das nossas aulas e motivos para a reforma íntima, mas estamos nos referindo ao campo mais amplo do qual ela fala, que é o trabalho cristão, fruto da harmonia entre o mundo íntimo e o mundo exterior, ou ainda da nossa relação de amor incondicional com mundo íntimo dos nossos semelhantes. Nessa parábola podemos compreender a verdadeira dimensão da Doutrina Espírita porque ela mostra as fases ou graus de aprendizagem que os adeptos percorrem até atingirem a condição de Espírita, que não é um “título” nem muito menos o simples reconhecimento formal dado pelos centros espíritas, através de livros, cursos e preleções; estes são apenas meios e não fins.
Tanto na interpretação simplificada de Cairbar Schutel quanto na interpretação sofisticada de Huberto Rohden identificamos os três terrenos humanos que impedem que a semente frutifique. É, portanto, a parábola que trata exclusivamente da nossa responsabilidade individual, no que diz respeito a nossa “salvação” ou “perdição”. Nos esclarece Rohden:
“A parábola do Semeador trata não da agronomia física, mas da agronomia metafísica, trata do terreno imprevisível do livre-arbítrio humano, onde nenhum semeador, nem mesmo o próprio Cristo, pode saber do resultado da sua semeadura. Se assim fosse, por que teria Jesus escolhido Judas Isacriotes para seu apóstolo, sabendo da sua esterilidade espiritual?”
Para Cairbar Schutel a parábola do Semeador sintetiza os caracteres predominantes em todas as almas, ao mesmo tempo que nos ensina a distingui-las pela boa vontade com que recebem as novas espirituais:
O Semeador: É Jesus e seus seguidores; os que falam em seu nome, e pregam a Palavra de Deus com a autoridade da moral que o Cristo ensinou. Na Escola de Aprendizes é todo o grupo: o Dirigente e o Expositor e também os alunos, pois todos nós, de certa forma, conhecendo a semente, passamos também a semear, com bons ou maus exemplos.
“Nem todos os pregoeiros da Palavra a apregoam tal como ela é, em sua simplicidade e despida de formas enganosas. Uns revestem-nas de tantos mistérios, de tantos dogmas, de tanta retórica; ornamentam-nas com tantas flores que, embora a “palavra permaneça”, fica obscurecida, enclausurada na forma, sem que se lhe possa ver o fundo, a essência! Muitos pregam por interesse, como “o mercenário que semeia”; outros por vanglória, e, grande parte, por egoísmo. Nestes casos não dissipam as trevas, mas aumentam-nas; não abrandam os corações, mas endurece-os; não anunciam a Palavra, mas dela fazem um instrumento para receber ouro e glórias.”
A Semente: é a palavra de Deus, os ensinamentos sobre as Leis Universais.
“A semente é uma só, é sempre a mesma que tem sido apregoada em toda parte, desde que o homem se achou em condições de recebê-la. E se ela não atua com a mesma eficácia em todos, deriva esse fato da variedade e das desigualdades de Espíritos que existem na Terra; uns mais adiantados, outros mais atrasados; uns propensos ao bem, à caridade, à liberalidade, à fraternidade; outros propensos ao mal, ao egoísmo, ao orgulho, apegados aos bens terrenos, às diversões passageiras.”
Na vivência social cristã e no centro espírita é a proposta de Reforma Íntima, através das oportunidades de trabalho. Para pregar (difundir) e ouvir (vivenciar) a Palavra, é preciso que não a rebaixemos, mas a coloquemos acima de nós mesmos; porque aquele que despreza a Palavra, anunciando-a ou ouvindo-a, despreza o seu Instituidor, e, como disse Ele: “Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a Palavra que falei, esta o julgará no último dia.”
Caiu à beira do Caminho: “É quando por nós passam todas as idéias grandiosas como gentes nas estradas, sem gravarem nenhumas delas.”
Na Escola é a condição de Aprendizes, uma grande maioria que recebe os ensinamentos, que estão sendo chamados, porém ainda não podem ser escolhidos porque estão “sonolentos”, como crianças, muito influenciados pelo mundo exterior.
Caiu sobre a Pedra: é quando estamos com o coração endurecido, “como pedras impenetráveis às novas idéias, aos conhecimentos liberais”, isto é, abertos para conhecer às novas experiências, que podem quebrar a nossa rotina e o sentido medíocre das nossas vidas; recebemos a proposta de mudança, mas não permitimos que se opere a modificação em nosso íntimo; racionalizamos tudo, ligamos nossas defesas e nos tornamos refratários.
Na Escola de Aprendizes e no campo de trabalho que abraçamos é a condição em que se encontra os Servidores. Aceitamos os ensinamentos e as tarefas com parcialidade e condicionamentos, isto é, escolhemos somente aquilo que nos convém. Disso resultam os melindres, as decepções, as divergências pessoais com os companheiros e finalmente o desejo de desistência.
Caiu no meio dos Espinhos: É quando permanecemos invigilantes e permitimos que os espinhos (as nossas imperfeições e a dos outros) sufoquem o crescimento de todas as verdades que estamos aprendendo, “como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer nas suas proximidades.”
Na vivência social é o tempo no qual sofremos todos os tipos de testes para avaliarmos se, realmente, estamos dispostos a ser o “sal da terra” e a “luz do mundo”. Pequenas provas ainda são para nós mostras dos grandes espinhos e obstáculos que teremos que remover durante a vida atual e as vidas futuras.
Caiu na Boa Terra: é quando conservamos a boa vontade, no mantemos abertos; isso nos dá coragem e disposição para remover todos os obstáculos que aparecem; a boa vontade elimina o medo e afasta o sentimentos defensivos e a reações instintivas. Isso nos torna mais humildes porque não temos pena de nós mesmos, porque não nos fazemos de vítimas; a boa vontade mantém acordada a nossa consciência e , por isso, vigilantes, podemos distinguir em nós o que é tentação e o que é má inclinação . A oração e o auxílio, por nós e pelos outros é uma demonstração de boa vontade. A Boa Terra é o mundo, é discipulado de Jesus.



Anexo:
“Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus em parábola:“Saiu um Semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um.” Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Os seus discípulos perguntaram-lhe o que significava esta parábola. Respondeu-lhes Jesus: A vós é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala em parábolas, para que vendo não vejam; e ouvindo não entendam.
A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que têm ouvido; então vem o diabo e tira a Palavra, para que não suceda que , crendo, sejam salvos. Os que estão sobre a pedra são os que, depois de ouvirem, recebem a palavra com gozo; estes não têm raiz e crêem por algum tempo, mas na hora da provação voltam atrás. A parte que caiu entre os espinhos, estes são os que ouviram, e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e deleites da vida e o seu fruto não amadurece. E a que caiu na boa terra, estes são os que, tendo ouvido a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão frutos com perseverança.” (Marcos, IV, 1-9)

Por *Dalmo Duque dos Santos

*Dalmo Duque dos Santos nasceu em 23 de agosto 1961, paulista de Porto Tibiriçá (atual Presidente Epitácio). Iniciou seus estudos superiores na Universidade Católica de Santos, em 1984, e bacharelou-se em História na PUC de São Paulo, em 1990. Graduou-se também em Pedagogia, em 1993, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Venceslau. Pós-graduou-se em 2002 como Mestre em Comunicação, pela Universidade Paulista- UNIP. É professor universitário, trabalhou como educador e gestor em escolas particulares e públicas; foi jornalista, editor e redator publicitário.Na área literária criou e adaptou a coleção de bolso “Allan Kardec Dia- a- Dia” – uma combinação de textos do Evangelho com o Livros dos Espíritos e escreveu os ensaios “A Inteligência Espiritual” , sobre a revolução pedagógica das Escolas de Aprendizes do Evangelho (inserido na introdução deste livro) e “Você em Busca de Você Mesmo”, sobre a crise e as transformações do ser humano neste início do 3º milênio. É também autor de uma nova história do Espiritismo como o título de “ O Demolidor de Dogmas – Allan Kardec e a Reconstrução da Fé no Ocidente”.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Ouça os Pontos da Linha de Esquerda da Umbanda