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quinta-feira, 29 de março de 2012

Crescendo Interiormente


Um dos fatos que demonstram e comprovam ao meu ver de que vivemos numa sociedade primitiva, é a forma com que nossa cultura ensina-nos a lidar com nossas emoções.

Crescemos e somos educados não como indivíduos dotados de um corpo emocional, não crescemos ouvindo falar a respeito de um universo interior, de uma vida interior, de paz interior, muito pelo contrário, todas as nossas emoções e alegrias são adestradas para voltarem-se sempre para o exterior.

Os adultos (onde lê-se adultos nesta postagem deve-se ler "crianças crescidas e imaturas"), ensinam as crianças desde pequenas a se alegrarem através de brinquedos, jogos, cores, texturas, doces, comidas, ou seja, sempre projetadas para o exterior.

Entretanto, na adolescência e vida adulta começamos a notar a existência de diversos fenômenos que ocorrem dentro de nós, em nossa psique, e na maioria das vezes o interior se faz presente nos momentos de sufoco em que ele grita e prova a sua existência, exigindo a nossa atenção, implorando que nos voltemos para dentro de nós mesmos.

E são justamente as pessoas mais sensíveis que irão se deparar com a existência de um amplo universo interior, carente de desenvolvimento, atenção, maturidade, simplesmente porque esta dimensão humana é na maioria das vezes ignorada por nossa cultura, que de tão superficial que é, associa completamente o bem estar do indivíduo as suas conquistas econômicas e não a sua paz e a sua realização interior.

Desta forma, grande parte dos indivíduos só começam a dar a devida atenção e se preocuparem com o seu universo interior, composto de suas emoções, de sua espiritualidade, somente após sofrer reveses devido a transtornos, dificuldades de adaptação a sociedade, intenso sofrimento, depressão, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno bipolar, dificuldades em lidar com a sexualidade, solidão,  isolamento, neuroses, drogas, alcoolismo, etc.

A princípio, para muitas pessoas, voltar-se para dentro de si é uma necessidade urgente para alcançar a cura para os seus sofrimentos e paz para os seus conflitos, no entanto, muitas pessoas depois de darem início a jornada para dentro de si mesmo, não só são capazes de superar suas mazelas, mas também de descobrir uma fonte de alegria, leveza, desapego, paz e amor próprio e genuíno. Aquilo que a princípio era para curar a fonte do sofrimento, agora torna-se a fonte da verdadeira alegria.

O caminho da mudança, da reforma íntima, da cura dos relacionamentos, do autoconhecimento e da jornada interior é um caminho envolto de grandes desafios, de aventuras, de descobertas e de profunda alegria, há uma linha divisória na evolução e maturidade deste caminhar que separa a necessidade do sofrimento para o adquirir aprendizados, ou seja, há um instante em que aprender é por si mesmo algo tão maravilhoso, que não há mais necessidade de sofrimento e de quebrar a cabeça constantemente para se aprender com os erros, passamos a aprender com a alegria e com os acertos também!

Aprender a lidar com nossas emoções e voltar-se para dentro de si, são os princípios de uma evolução humana mais ampla, contribuindo assim para que os seres humanos saia da primitividade do desenvolvimento unilateral, primário e superficial e, contribui para a humanização da sociedade, é a partir desta evolução que nos tornaremos seres mais tolerantes, dotados de compaixão, voltados para a ajuda mútua e prontos para estender a mão para todos aqueles que necessitarem de ajuda a nossa volta.

É hora de começarmos a construir novas referência de vida adulta em nossa sociedade, novos referênciais que possam estabelecer uma cultura de paz e convergência, onde os seres possam aprender que cuidar um dos outros é cuidar-se de si mesmo e de todos os seus, o mundo precisa ser curado se nós  precisaos nos curar e viver numa sociedade sadia e livre de tantos transtornos e de tanta violência.

E para isto estou aqui me dedicando a este blog, compartilhando alegrias, forças, experiência e esperanças para que possamos ajudar a curar o sofrimento coletivo que é sentido por tudo e por todos neste planeta, curando a mim mesmo eu ajudo a curar o mundo e compartilhando com todos a minha volta, desta dádiva, juntos nos tornamos uma força capaz de transformar o mundo, para isto (como diria Gandhi), que possamos ser a mudança que desejamos para o mundo, hoje e sempre!

Venha comigo, para esta longa jornada de grandes mudanças e transformações, este é um caminho de alegria, de bem-aventurança de realização! Não sou um mestre, sou apenas seu irmão, sou aquele que começou a despertar e que está aqui para ajudar a acordar aqueles que estão em busca do grande despertar, traga seus instrumentos, traga sua dança, é hora de deixar os lamentos para trás e é hora de celebrar!

Fonte: http://dedentrodamatrix.blogspot.com

quarta-feira, 28 de março de 2012

A FALANGE DAS CRIANÇAS

A Falange das crianças é talvez uma das mais incompreendidas da Umbanda.

Apesar de se apresentarem com roupagem fluídica de criança, trazem destes somente a pureza e alegria contagiante. Na verdade são os grandes magos do universo. foram grandes Sacerdotes quando de suas encarnações na Terra.

Como a entidade não possui um corpo astral, ela precisa forjar esse corpo para o processo de incorporação.
Assim ela busca na matéria do corpo astral o material que necessita para esse processo. realiza este intricado passo retirando do próprio médium matéria astral, bem como vai buscar em seus corpos astrais de uma das suas ultimas encarnações o fluido de que necessita para o processo de incorporação.

Desta forma passamos a entender o porquê dessas entidades se apresentarem na forma como crianças. Escolheram essa forma por representar melhor a energia que elas manipulam, ou melhor que elas emitem. Criança significa alegria e pureza, qualidades fundamentais para quem quer que deseje galgar na alta espiritualidade. Mas, muita dessas entidades tiveram sua última encarnação interrompida ainda na fase criança (a grande maioria).

Por outro lado, no processo de incorporação, a energia desta falange, normalmente penetra em grande parte pelo chacra laríngeo, fazendo com que o médium modifique a voz, afinando-a. Além disso, também durante o processo de incorporação, acontece um fato bastante peculiar a esta falange.

Normalmente durante a incorporação, a energia da entidade penetra por um dado chacra particular, resultando em um processo bem definido de incorporação. no caso da falange das crianças o processo é diferente.
A energia como vimos também penetra por um dado chacra, mas aqui ela vai sofrer um processo de espalhamento por todos os Chacras do corpo, fazendo com que o médium fique saltitando, não conseguindo parar em um ponto.

Aliando-se os dois fatos: a modificação da voz com a inquietação do médium, temos como resultado, a manifestação de crianças na forma de como as entendemos.
E daí resulta toda a má interpretação que diversos médiuns, infelizmente dão a esta poderosíssima falange. entendem-se como criancinhas despreparadas, infantis, choronas, brigonas às vezes, indolentes, simplórias em seus trabalhos e, o que é pior, comilonas e bagunceiras.

Percebemos, assim, que lhes são atribuídas todas as qualidades negativas das crianças de nosso mundo.
Mas não é nada disto que realmente ocorre.

As crianças fazem parte de uma falange, talvez a mais poderosa de todas. Não possuem aquelas qualidades negativas que lhes são atribuídas.

Nenhuma criança é comilona.
Seria impossível, do ponto de vista do processo de incorporação, um médium comer compulsivamente como muitas vezes é visto.

Quando da incorporação principalmente das crianças ocorre um fechamento da glote, não permitindo que sejam ingeridas grandes quantidades de comida e doces como muitas vezes é visto.

Somente pequenas quantidades de doces podem ser ingeridas, até porque o doce contribui para o equilíbrio energético do aparelho, pois é transformado imediatamente em glicose, caindo na corrente sanguínea e mantendo desta forma a integridade do médium.

Assim, vemos que os líquidos têm mais facilidade que os doces sólidos neste processo.
Logo, o que vemos na maioria dos templos dedicados a Umbanda, são médiuns com fome e com sede.
Mas tudo é uma questão de equilíbrio e cabe ao dirigente verificar os excessos e saber diferenciar as vibrações, pois a comida e bebida fazem parte sim do trabalho dessa falange, sendo fundamental a presença destes elementos quando uma criança se manifesta, tudo depende da doutrina da casa.

Quanto ao tipo de trabalho que estas tão valorosas entidades realizam, também é bastante mal compreendido por todos. seus trabalhos são visto de maneira bastante simplória.

Como é uma falange altamente espiritualizada, certos trabalhos de limpeza não tem condições de serem por elas realizados.

Daí decorre a necessidade de sempre se precisar invocar o trabalho de uma ou outra falange para o "fechamento" dos trabalhos
A criança quando realiza o seu trabalho, no momento do passe, simplesmente retira o que pode estar atrapalhando a vida de uma pessoa, mas não conduz o que foi retirado para o devido lugar.
Retira e deixa em um canto.
Precisa, pois, de um batalhão de choque para levar o que foi retirado.

Se formos reparar nos apetrechos que se utilizam para os trabalhos, observamos objetos ritualísticos de origem druida, xamânica, egípcia e outras.

É preciso se despir de todo o preconceito, tirar as mágoas e ódios do peito para encontrar o reino dos céus.

De outra maneira, é preciso voltar a ser criança, para encontrarmos o verdadeiro caminho da espiritualidade.

"Bem-aventuradas sejam as crianças, porque é delas o Reino dos Céus"

Saravá as Crianças
As nossas crianças
Onibeijada.

Estudo sobre Os Orixás na Umbanda


Para que possamos entender o Orixá em sua absoluta essência, é necessária uma enorme capacidade de abstração. O que diversos autores têm tentado valentemente explicar é algo absolutamente intangível ao nosso nível de consciência.
Orixá não é divindade, pois na Umbanda cremos num único Deus. A Umbanda não é politeísta, portanto o que passaremos a descrever não é uma teogonia. Orixá é potência de luz emanada de Deus, O Criador.
Ordinariamente entendemos a manifestação do Orixá, através das forças da natureza, é o máximo que conseguimos, pois em sua essência verdadeira é pura luz. E como entender isso? É como querer entender e explicar Deus, tarefa impossível a qualquer um de nós.
Entretanto, tendo em mente isso, podemos tentar entender juntos o caminho inverso, ou seja, da terra para o Alto, até porque para entendermos o que ocorre acima disso, precisaríamos entrar em esferas elevadíssimas que fogem ao nosso entendimento, pois ninguém tem alcance para isso. Tudo que falam são conjecturas, bravas e algumas até louváveis tentativas, mas nada absoluto. A verdade de cada um deve ser respeitada, assim como a compreensão. Avançar a esferas superior nos será naturalmente permitido quando tivermos evolução para tal.
Na realidade o que a Umbanda fez foi “organizar” as manifestações divinas, em uma linguagem que pudéssemos compreender. Todas as “complicações” provenientes do aprendizado na Umbanda são por nossa exclusiva culpa e ignorância, basta que conversemos com qualquer Preto Velho, para termos a certeza disto.
Pensemos a princípios nos Sete Orixás Básicos que se manifestam em nível de terreiro, ou seja, de incorporação: Oxoce, Ogum, Xangô, Omulu, Oxum, Iemanjá e Iansã.[1]
A manifestação, em nível de terreiro, de cada um se dá através de espíritos enviados de cada uma destas forças. Importante ressaltar que na Umbanda não incorporamos o Orixá, mas sim os seus enviados ou representantes, que são espíritos que já encarnaram e que tem cada um o seu próprio karma, história, característica missionária, evolutiva, de personalidade etc.
Temos a tendência de acreditar ou pensar que cada Orixá é o reino ao qual está associado, entretanto Orixá é muito mais do que isso, e é exatamente esse “muito mais do que isso” que não conseguimos explicar em palavras, mas grosseiramente falando é o amor de Deus espalhado e ao mesmo tempo condensado em 7 raios básicos, destinados ao planeta Terra, que objetivam, ao chegarem aqui, traduzidos pelos diversos sub-planos que passaram, nos auxiliar no nosso karma, e que se manifestam através das forças e reinos da natureza. O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. Enfim... É mais uma benção de Deus.
Quando pensamos na composição de uma árvore, por exemplo, e nos infiltramos nela, entramos no seu universo e podemos observar neste universo “árvore” que todos os 7 Orixás estão se manifestando, conjugadamente ou em paralelo, mas sempre harmoniosamente.
Cada Orixá tem função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente as nossas necessidades, por Graça do Criador.
Para uma melhor compreensão nesta que está parecendo uma viagem ao mundo dos Orixás, vamos primeiro falar sobre as funções e especialidades de cada um ao nível de terra.
O Orixá Oxossi corresponde a nossa necessidade de saúde, nutrição, expansão, energia vital, equilíbrio fisiológico.
O Orixá Ogum corresponde a nossa necessidade de energia, defesa, prontidão para ação, determinação, tenacidade.
O Orixá Xangô corresponde a nossa necessidade de discernimento, justiça, estudo, raciocínio concreto e metódico.
O Orixá Obaluaê/Omulu corresponde a nossa necessidade de compreensão de karma, de regeneração, de evolução, transformações e transmutações kármicas.
A Orixá Oxum corresponde a nossa necessidade de equilíbrio emocional, concórdia, amor, complacência e reprodutiva.
A Orixá Iemanjá corresponde a nossa necessidade familiar, estrutural de amor fraternal e filial e bens materiais.
A Orixá Iansã corresponde a nossa necessidade de mudança, deslocamentos, transformações materiais, avanços tecnológicos e intelectivos.
Tudo isso estando equilibrado nos torna pessoas melhores e facilita a nossa passagem na Terra, por isso falei em benção de Deus, e também e manifestações básicas e harmônicas dos Orixás apesar de algumas manifestações serem antagônicas, mas no fundo complementares.
Os 7 Orixás básicos ao se combinarem formam outros Orixás os quais chamamos de desdobramentos do Orixá ou Orixás que foram combinados, mas mesmo assim ainda não são estes que se manifestam em nível de terreiro, mas sim os seus enviados (que falaremos mais tarde).
O único Orixá na Umbanda que não tem desdobramentos é a Orixá Iansã, pois as suas combinações são tão rápidas que não criam reinos, mas apenas manifestações rápidas desta conjugação, não chegando a formar ou fixar-se durante muito tempo a ponto de formar um novo Orixá. Além do mais, outro motivo para isto e o próprio elemento por Ela representado: o Ar. O Ar não se desdobra, não se fixa, mas mistura-se aos demais, entretanto sem mudar a sua essência. O Ar em movimento é o vento que causa mudanças rápidas e essas mudanças são a própria Orixá.
Quando os Orixás se combinam, se unem e se conjugam temos os diferentes desdobramentos que são manifestados através do encontro de um reino com outro, ou manifestações de força da natureza, que em terreiro também recebem nomes diferentes.
Algumas das diferentes combinações de Orixás.
Grosso modo poderíamos falar em Orixás dinâmicos e estáticos, mas seria importante ressaltar que nada é estático na natureza, tudo está em constante mudança e transformação, mas que estabeleçamos agora que esse estático quer dizer mais lento e não totalmente parado. Cada Orixá tem, portanto, seu próprio ritmo. Talvez seja mais interessante falarmos em Orixás mais rápidos e de energias de ação, e Orixás mais lentos ou de energia equilibrante e refreadora.
Se pensarmos numa mata, por exemplo, o que os nossos olhos vêem é que ela está “parada” no lugar, mas para que seja exuberante e grande ela está em constante expansão, mudança, num ritmo lento e gradual, sofrendo a ação da fertilidade da terra, da constância dos ventos em espalhar as sementes, na ação do sol para a fotossíntese, enfim, de parada ela não tem nada. Mas seu “movimento” é provocado pela interação de outras forças.
Assim é a energia de Oxossi. Um trabalho constante de surgimento, expansão, crescimento e renovação. A vida se renovando através do trabalho em grupo conjugando infinitas forças.
Encontramos a energia do Orixá Ogum manifestando-se nas matas de Oxossi através do calor do sol, que dará força a energia vital de Oxossi no nascimento dos vegetais, na luta pela sobrevivência dos vegetais que se transformarão em grandes árvores formando a mata. A esta manifestação damos o nome de Ogum Rompe Mato, além dela se apresentar também em nível de terreiro como Caboclo Rompe Mato ou outro nome que estaria associado ao Orixá Ogum, ou seja, manifestações de luta e bravura, determinação e tenacidade, como por exemplo Caboclo Arranca Toco, etc.
Encontramos a energia do Orixá Obaluaê/Omulu manifestando-se nas matas de Oxossi através da própria terra de onde irão brotar os vegetais, é a própria base da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através dos Caboclos Flecheiros e Bugres. Que são Caboclos mais voltados para trabalhos de descarga.
Encontramos a energia do Orixá Xangô manifestando-se nas matas de Oxossi através das pedreiras e que dão contornos e estabelecem limites na expansão da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos que se apresentam normalmente carregando em seu nome a palavra “Pedra” ou com características mais voltadas a equilíbrio, estudos, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxossi ou Xangô (dependendo da orientação da Casa).
Encontramos a energia da Orixá Oxum manifestando-se nas matas de Oxossi através da água fertilizadora da terra, auxiliando na expansão e ao mesmo tempo estabelecendo limites e contornos (rios e cascatas). Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos e Caboclas com apresentação mais “dócil”, “suave” e mais voltados para cura, manipulação de ervas, etc. Normalmente carregam em seu nome algo do tipo Caboclo “xxx” da Cachoeira, ou Caboclo “xxx” do Rio, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxossi ou Oxum (dependendo da orientação da Casa).
Encontramos a energia da Orixá Iemanjá manifestando-se nas matas de Oxossi próximas ao litoral, através da função provedora de bens materiais desta Iabá. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada pelos Caboclos e Caboclas do Mar da Praia, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxossi ou Iemanjá (dependendo da orientação da Casa). Também tem função de descarrego e imantação.
Encontramos a energia da Orixá Iansã manifestando-se nas matas de Oxossi através da ação dos ventos e da chuva e da função transformadora desta Iabá. São caboclos e caboclas que também tem como especialidade descarga rápida e transformadora.
Além, é claro, da conjugação de Oxossi com Ele mesmo, que encontramos os diversos Caboclos, como Tupinambá, Cobra Coral, etc.
Buscamos através desses exemplos mostrar a facilidade com que os Orixás se combinam, se conjugam e se harmonizam, sem perderem suas essências mas agregando outras, são todos Caboclos e Caboclas de Oxossi mas que adquiriram outras características vibratórias ao se combinarem e conjugarem com outros Orixás.
Em função de sua característica básica de expansão, o Orixá Oxossi foi associado ao planeta Júpiter, que rege a quinta-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Oxossi na Umbanda.[2]
Existem dois Orixás na Umbanda que não possuem reinos específicos, mas atuam em todos, que são Ogum e Iansã, através de suas energias e funções.
O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.
Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum, cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Omulu, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Omulu, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Omulu em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum. É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.
Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.
Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxossi, conforme já falamos, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.
Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Oxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.
E finalmente o Orixá Ogum atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.
Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.

Especificando:
Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.
Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.
Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.
Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral.
Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.
Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.
Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda.[3]
Ao pensarmos no Senhor da terra, o Orixá Omulu, o vemos como a base para o cumprimento de nossa missão na terra. Ele é a base de tudo. É na terra que transmutamos o nosso karma, por isso que sendo a nossa base, sempre nos lembra de nosso karma, e nos dá a compreensão do mesmo.
Ele não se combina com os outros Orixás, os outros Orixás é que se combinam com ele, gerando desdobramentos neles.
Os desdobramentos do Orixá Omulu se dão dentro dele mesmo, observando-se a natureza, vemos isso nos diferentes tipos de solo, que gerarão diferentes combinações de Orixás em função disto. Um dos desdobramentos mais conhecidos de Omulu é o Orixá Obaluaê.
Se nenhum outro Orixá existisse, o Orixá Omulu (terra) existiria e o tipo de vida que encontraríamos qual seria? Com isso quero dizer que nenhum Orixá é auto-suficiente e nem se basta, mas as suas combinações e dinamismo é que nos permitem conhecer a vida como a conhecemos.
É como um grande plano de Deus, que em sua generosidade infinita nos deu a base e as condições para que evoluíssemos e crescêssemos.
De nada adianta a base se não temos as condições e o inverso também é verdadeiro.
Por isso é tão importante que não “desprezemos” nenhum Orixá em nosso culto às forças da natureza.
Existe grande confusão com relação a magnitude deste Orixá onde alguns chegam a confundi-lo com Exu. Isto se deve a capacidade de manipulação magística e transformadora de Omulu, da qual Exu é apenas executor. Além do mais Omulu é Orixá e Exu não é.
Sendo a própria terra, onde caminhamos e nos sustentamos, e sendo a terra geradora permanente de vida, encontramos nela a primeira grande magia de Omulu, que é a famosa força da gravidade, que atrai tudo para si, assim como também, as diversas forças dos demais Orixás formando novas conjugações como as já citadas e que citarei ainda.
Por atrair tudo para si, e sugar as energias negativas transformando-as em positivas, transmutando e transformando tudo que nela toca e entra, este Orixá se desdobra dentro de si mesmo. É por isso que Ele não “vai” a outros Orixás, mas os outros é que vem a Ele.
Por tudo isso é que afirmo que confundir o Orixá Omulu com Exu é no mínimo incoerente, entretanto compreensível, pois para entender Sua Magnitude é preciso exercício mental, e isto poucos estão dispostos a fazer.
Sendo o Orixá que permanece no limite entre vida e morte, também foi associado a saúde e doença. Dentro de uma coerência e lógica, você acha realmente que Deus teria enviado um raio a terra cuja função fosse nos trazer doenças? A sua associação a saúde está justamente em função de ser da terra que brotam as ervas curadoras, mas estas são de Oxossi. Bênçãos de Omulu, sem dúvida, mas pertencem a Oxossi, este sim o Orixá da Cura, da Saúde.
Por outro lado a função de Omulu junto a área da saúde também se justifica pelo fato de ser ele o absorvedor e transformador de todas as energias negativas geradas e atraídas por qualquer doença em energia curadora, utilizada e manipulada por Oxossi.
Em função de sua característica básica de consciência kármica, tempo e lentidão, o Orixá Omulu foi associado ao planeta Saturno, que rege o sábado, e por extensão é o dia em que cultuamos Omulu na Umbanda.[4]
Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e conseqüentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.
Existem inúmeros desdobramentos de Xangô, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:
· Xangô D’Jacutá – regência geral da linha de Xangô (grosso modo seria a própria pedreira, harmonia com Oxossi).
· Xangô Alafim-Eché – este desdobramento consiste na atuação junto a necessidade de fazer cessar as tempestades (atuando como energia refreadora, equilibradora) e auxiliar oradores intelectuais (inspirando método e orientação). Atuando com Iansã.
· Xangô Alufam – este desdobramento atua principalmente na função de encaminhar das almas desencarnadas, atuando juntamente com Omulu, na justiça e organização desta atividade.
· Xangô Agodô – este desdobramento atua principalmente presidindo as cerimônias de fé e de batismo. Grande auxiliar das intuições puras. Atuando com Oxum.
· Xangô Aganju – Protetor dos lares, da harmonia conjugal. Atuando com Iemanjá.
· Xangô Abomi – este desdobramento atua principalmente no equilíbrio de raciocínio e método e defesa nas horas de grande aflição. Atuando com em harmonia com Ogum.
Importante ressaltar que as definições ou descrições os diferentes desdobramentos de Xangô, assim como com os dos demais desdobramentos de cada Orixá, são apresentadas muito mais com objetivos didáticos do que litúrgicos, pois a essência de cada Orixá permanece sempre a mesma em todos os seus desdobramentos e momentos de atuação.
Em função de sua característica básica de estar ligado a parte intelectiva, o Orixá Xangô foi associado ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Xangô na Umbanda.
Ao analisarmos a Orixá Oxum, e nos reportarmos ao seu elemento (água) e a seu reino (cachoeiras e rios), encontramos os seguintes desdobramentos:
· Oxum Iara - ou simplesmente Oxum – essência da Oxum. Sentimento, amor, concórdia, harmonia, união.
· Oxum Marê – manifesta-se quando do encontro das águas de Oxum com as águas de Iemanjá. São as águas turbulentas. Em termos de significado e tradução para as nossas vidas, é o encontro do passado com o presente, de uma essência com a outra. Revisão de sentimentos (Oxum), turbulência de sentimentos (choque das duas águas), relacionados a nossa formação familiar (Iemanjá).
· Oxum Diapandá – manifesta-se na superfície das águas salgadas (onde a água é menos salgada). Absoluta harmonia com Iemanjá. Na sua compreensão de atuação junto a nós, é quando após a revolução de sentimentos (Oxum Marê), nos acomodamos na placidez das águas superficiais, sem grande envolvimento de sentimentos profundos, mas mais voltados aos sentimentos e aspirações materiais.
Considerada popularmente como sendo somente a Orixá do amor, entendemos como sendo a Orixá do misticismo, do sentimento, da concórdia e harmonia.
Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a sentimento, emoções e amor, a Orixá Oxum foi associada a Lua, que rege a segunda-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Oxum na Umbanda.[5]
Muitos cultuam o Orixá Omulu na segunda-feira em função das Almas, mas lembramos que as águas da Oxum correm onde? Na terra. Que é de quem? Omulu. Com relação a isto, muitos já devem ter observado uma certa sensação melancólica, não chega a ser tristeza, mas uma “emoção”, muitas vezes indescritível, conjugada com a vibração de incorporação de Oxum. Algumas enviadas choram. Isto tudo se deve ao fato das águas correrem pela terra de Omulu, “carregando” com elas as Almas, das quais Omulu é o Mestre e Senhor, mas que em contato com Oxum, traduzem em nível de terreiro e incorporação, nesta “melancolia” que às vezes sentimos.
Por isso as Almas vibram em segunda vibração na segunda-feira dia de regência da Oxum.
Analisando a Orixá Iemanjá e nos reportando ao seu reino o mar, associamos sempre que quem mora perto do mar, nunca morre de fome, não é verdade? Por isso ela é a grande provedora dos bens materiais, a grande mãe, que nos dá o conforto, o alimento, além de ser representada pelo maior de todos os reinos, o mar. Soberania.
Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a família e ao amor familiar e fraterno, a Orixá Iemanjá foi associada a Vênus, que rege a sexta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iemanjá na Umbanda.[6]
Por fim, analisando a Orixá Iansã, que como já dissemos não tem reino específico, reportemo-nos a seu elemento primeiro o ar. Presente em todos os reinos, conjugando-se a todos os Orixás, mas não estabelecendo nenhum desdobramento específico pois sempre que atua é em nível de mudança, transformação, como energia propulsora e renovadora. Em nível de terra esta Orixá está diretamente relacionada ao intelecto, tal como Xangô, mas de forma distinta, pois o Xangô é de energia refreadora, em termos práticos, coloca o método no pensamento ágil gerado pela Orixá Iansã. Conseqüentemente, esta Iabá está diretamente ligada aos avanços tecnológicos, e não apenas as mudanças climáticas.
Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente ao intelecto, a Orixá Iansã foi associada ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iansã na Umbanda.[7]
Assim podemos dizer que os Orixás, depois de atravessarem os diversos planos e sub-planos e chegarem até nós, nos apresentam infinitas formas de auxilio, através de suas combinações e desdobramentos. Poderíamos com isso, trazendo para linguagem de terra tentar resumir os “assuntos” a que cada um essencialmente atuaria e auxiliaria. Assim temos:
· Oxoce – saúde, energia vital, fisiologia, farmacologia, sociedade, trabalho em grupo.
· Ogum – defesa, energia propulsora, conquista.
· Xangô – equilíbrio, discernimento, justiça, estudo.
· Obaluaê/Omulu – consciência de karma, transmutação kármica, magia,
· Oxum – equilíbrio emocional, amor, concórdia
· Iemanjá – união familiar, formação familiar, bens materiais
· Iansã – inteligência, avanços tecnológicos, mudanças, transformações materiais.

Considerações sobre a Orixá Nanã:
Consideramos Nanã a Soberana das Águas, as águas originais, o início da vida, a água de mina. Conseqüentemente estando "acima" das demais Orixás ligadas ao elemento água, não é Orixá Básico, conseqüentemente não é Regente de Ori. As manifestações encontradas em nível de terreiro, são manifestações de uma das três Iabás (Iemanjá, Oxum ou Iansã) em vibração mais “velha”.
Nanã é o momento inicial em que a água brota da terra ou da pedra, a partir do momento que a água corre, já é Oxum. Portanto não compreendemos como “lama” (mistura de água com terra) mas sim como Soberana de Todas as Águas.


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Dicionário desta parte: (Houaiss – Editora Objetiva)

Esotérico: Adj. 1. FIL diz-se do ensino que, em certas escolas da Grécia antiga, destinado a discípulos particularmente qualificados, completava e aprofundava a doutrina. 1.1 FIL m.q. ACROMÁTICO 2 p.ext. diz-se de todo ensinamento ministrado a círculo restrito e fechado de ouvintes 3. diz-se de ciência, doutrina ou prática fundamentada em conhecimentos de ordem sobrenatural. 4. fig. Compreensível apenas por poucos; hermético . ETIM gr. Mais íntimo, dentro. ANT. exotérico.

Esoterismo: s.m. 1. atitude doutrinária, pedagógica ou sectária segundo a qual certos conhecimentos (relacionados com a ciência, a filosofia e a religião) não podem ou não devem ser vulgarizados, mas comunicados a um pequeno número de iniciados. 2. ciência, doutrina ou prática baseada em fenômenos sobrenatuais. 3. fig. Caráter de uma obra hermética, enigmática. ETIM. Esotérico esoter + ismo.

Exotérico: Adj. 1. passível de ser ministrado ao grande público e não somente a um grupo seleto de alunos (diz-se de ensino). 2. diz-se de cada um dos escritos aristotélicos destinados ao grande público, em que forma de diálogos, dos quais só restaram fragmentos. 3. diz-se dos ensinamentos e doutrinas que, nas escolas da Antiguidade grega, eram transmitidos em público. 3.1 . p. ext. comum, vulgar, trivial. ETIM. Externo, que pertence ao lado de fora

Teogonia: 1. Nas religiões politeístas, narração do nascimento dos deuses e apresentação da sua genealogia. 2. (1874) conjunto de divindades cujo culto fundamenta a organização religiosa de um povo politeísta. ETIM gr. Theogonia, origem ou nealogia dos deuses.


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[1] Não incluímos Oxalá na relação de Orixás Básicos por considerá-lo acima dos demais Orixás e por considerá-lo a conjugação de todos os demais Orixás, energia primeira e original emanada de Zambi ou Olorum, O Criador de Todas as Coisas, portanto Oxalá não é Orixá Básico, conseqüentemente não é regente de Ori (coroa) de médium nenhum na Umbanda, todos somos Filhos de Oxalá. Além do mais estamos falando em manifestações em nível de terreiro, ou seja, em nível de incorporação e na Umbanda ninguém incorpora Oxalá. Alguns se referem a Ele como Orixá Maior.

[2] Farei a partir deste ponto a descrição básica dos planetas justificando assim a associação com os Orixás.

As palavras chaves para o planeta Júpiter são energia expansiva. É um enorme planeta que traz expansão. Tudo cresce com Júpiter. Tudo se engrandece. Tudo chega às máximas dimensões. Com Júpiter, a curva alcança seu ponto mais elevado, é o pico. (do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era). Júpiter representa a necessidade de espiritualidade e de religiosidade. Além disso é a extensão e a expansão do instinto primitivo. É o crescimento de qualquer coisa, embora na sua função mais evoluída seja o crescimento do conhecimento e do entendimento. Júpiter simboliza o princípio da expansão na esfera de ação e de experiências na qual a pessoa vive. (do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)

[3] As palavras chaves para Marte são energia de ação. O “guerreiro” sai para enfrentar as tarefas da vida com valentia, coragem e decisão. A energia de Marte dá impulso. (do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era). É a resposta ao estímulo. Sem Marte não sobrevivência. E, por isso, também é sexo. Mas como sexo, não pode agir sozinho. Precisa de Vênus. Um é iniciativa, outro é gostar; um é expressão ativa, outro é a experiência de mergulhar. É Marte que obriga as pessoas a competirem, eliminando o mais fraco: duas pessoas não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo. (do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)

[4] A palavra chave para o planeta Saturno é concretização. É o planeta dos anéis. Os anéis de Saturno delimitam, estabelecem fronteiras. As fronteiras nos avisam que há um tempo para tudo, nos atam a uma forma, nos contêm, não nos deixam sair. Ele nos trás o silêncio e a concentração. (do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era). Saturno é a realidade, mas às vezes pensamos que a realidade é a verdade. Realidade é estrutura e limitação, e precisa-se de algo que defina a nossa situação, uma organização que nos dê apoio. Amadurecer e aceitar as responsabilidades, saber claramente quem somos e de que somos capazes, comprometer-se. Exige obediência e disciplina, podendo ser rígido e sem misericórdia. É o pai ditando ordens; a normalidade das pessoas e situações, ser estável. (do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)

[5] “As palavras chaves para a Lua são energia nutritiva. A característica destacável da lua é sua qualidade feminina, receptiva. A Lua representa o profundo, o silencioso, o noturno, o aquático.” (do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era). Representa a matriz, a fonte, origem de todas as coisas, é um recipiente que dá forma e limite. É ter um local próprio para si, representa a maternidade, portanto o fundamento e a base da existência. Representa também a emoção, aquilo que está dentro de nós, estruturado, desde cedo. São os reflexos emocionais, os comportamentos automáticos e instantâneos. É o nosso inconsciente, que nos liga a tudo, a todos, a qualquer lugar sem separação: o modo de percepção. (do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)

[6] “Vênus é o planeta que produz o brilho intenso de seu radiante azul-prateado. A energia de Vênus é suave e cálida. Envolvente e magnética. Produz prazer. Tudo se cobre de brilhos refinados com a chegada de Vênus.” (do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era). Vênus representa a necessidade de unir opostos, é a atração que une homem e mulher. Além disso, é a união entre as pessoas em geral. Vênus é a necessidade que as pessoas têm de se compromissarem e se completarem, estar junto. Daí pode desenvolver-se a união entre os dois para um relacionamento maiôs de grupo, para qualquer forma de vida com outra pessoa. É companhia, não é solidão. O relacionamento ocorre, então, como uma dependência mútua, ninguém pode viver completamente só. Vênus passa a ser a função de expressar afeto e amor. E a vontade de ser desejada e apreciada e para isso usar seus atributos de atração. (do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)

[7] Mercúrio – palavras chaves: Energia mental. A sua energia está associada à atividade mental. Mercúrio se move rápido, tão rápido como os pensamentos. (do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era). Representa, no ser humano, o pensamento, reflexão, análise e troca de idéias. Se não houvesse Mercúrio, não haveria a mente racional e o homem seria puramente instintivo. É a capacidade de aprender e assimilar suas experiências e achar um meio de comunicá-las por em prática, e também de comunicar seus pensamentos. Tem a natureza dupla do pensamento interior e da comunicação exterior. (do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)

quinta-feira, 22 de março de 2012

As diferenças Entre Umbanda e Candomblé - Por Babalorixá Kuwanami

Programa do Jô exibido em 16/03/2010





            
               
Sérgio Kunio Kwanami, ele é um pai de santo japonês. Dirige uma casa de umbanda em Curitiba, faz casamentos e estuda muito sobre esta religião. Além disto, é escritor, tem apenas 25 anos e é professor.
Devido à sua ascendência japonesa, ele diz bem-humorado que as pessoas pensam que ele é budista ou qualquer outra religião, menos Umbandista.... 

quarta-feira, 21 de março de 2012

A Tristeza dos Orixás


Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu.
Contada aqui de uma forma romanceada, mas que trás em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas…
Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha se escondido nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás. Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram-se.
Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso. Iemanjá que em nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:
- Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? - ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.
- Desculpe, sabe, ando meio ocupado.
- Respondeu um triste Ogum.
- Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.
- É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãezinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles… Estou cansado…
Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda. Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava.
E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum.
Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé.
Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida. Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, à direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna. Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza–se de sua espada para resolver qualquer situação.
E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer os trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna–se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual. Isso magoava Ogum. Como magoava:
- Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum.
Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberba, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando–a em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição.
Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado… Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava–se por sua falange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam ser tão temida e mal compreendida pelos homens. Ele também deixou sua Falange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via–se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que se irradia de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica aquela que recolhe todas as almas que se perderam na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso… Mas o mais incrível estava por acontecer.
Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas. Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém se lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro. Um a um, todos foram despindo–se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.
Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu.
O controvertido Orixá das “encruzilhadas”, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pomba Gira, sua companheira eterna de jornada. Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam–se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito.
Eles nunca perdiam o senso de humor! E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram–se de tudo. Exu e Pomba Gira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Inúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando–o a figura do Diabo:
-  Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável!
- Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá. Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:
Espere! - pensou Iemanjá! - Oxalá, Oxalá não está aqui!
Ele com certeza saberá como resolver essa situação. E logo Iemanjá colocou–se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou–se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu – se de sua roupa sagrada, pra igualar–se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
- Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos!
Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam – nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir…
Quando Oxalá calou – se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros se juntariam nesse ideal. E aquilo alegrou – os tanto que todos começaram a assumir suas
verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram–se em amor e compaixão pela humanidade.
Em Aruanda, os Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também se despiram e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás. Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem–aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam – se. O alto os abençoava…
Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas,
as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz.
Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.
Miríades de espíritos foram retirados do baixo – astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador.
E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente. Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou – se benção na vida
de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.
Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um
campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos se esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão.
Lembrem-se disso. E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem – se das palavras de Oxalá ditas linhas acima. Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não têm olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.
Lembrem–se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado.
Honrem–Los.
Sejam luz, assim como Eles!
Exe ê o babá.
Axé à todos os que por aqui passarem…

Fonte: Texto de Fernando Sepe, escrito para o Jornal de Umbanda Sagrada.
Publicado no Jornal de Umbanda Sagrada, Numero 94 – Março de 2008.

terça-feira, 20 de março de 2012

As Três Ordens de Espíritos na Umbanda


A Doutrina Umbandista nos ensina que há três ordens de espíritos: espíritos puros; espíritos bons e espíritos imperfeitos.

· Primeira Ordem – Os espíritos puros são aqueles que já alcançaram à perfeição (grau de Orixá).

· Segunda Ordem – Os espíritos bons alcançaram a metade da escala evolutiva e o desejo do bem é a sua preocupação (são os Guias Espirituais, Exus e Pombas Gira militantes na faz de incorporação).

· Terceira Ordem – Os espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, o desejo do mal e todas as más paixões que lhes retardam o
progresso (são os quiumbas).

Terceira Ordem – Os espíritos imperfeitos:

Os espíritos da terceira ordem, os imperfeitos predominância da matéria sobre o espírito), dividem-se em:

· Espíritos impuros - são inclinados ao mal e fazem dele o objeto de suas preocupações. Como espíritos dão conselhos desleais, fomentam a discórdia, a desconfiança e se mascaram de todas as formas para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de prejudicá-los, satisfeitos em poderem retardar o seu progresso e fazê-los sucumbir nas provas por que passam.

· Espíritos levianos – são ignorantes, maliciosos, inconseqüentes e zombeteiros. Envolvem-se em tudo, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade. Comprazem-se em causar pequenos desgostos e pequenas alegrias, atormentando, induzindo maliciosamente ao erro por meio de mistificações e travessuras. Sua linguagem durante as comunicações é algumas vezes espiritual e engraçada, mas quase sempre sem conteúdo.

· Espíritos pseudo/sábios – seus conhecimentos são bastante amplos, mas crêem saber mais do que realmente sabem. Suas comunicações revelam uma mistura de verdades ao lado dos erros mais absurdos, nos quais se percebem a presunção e o orgulho, a inveja e a obstinação das quais não puderam se despir.

· Espíritos neutros – não são nem muito bons para fazerem o bem, nem muito maus para fazerem o mal, inclinando-se tanto para um como para outro e não se elevam acima da condição vulgar da Humanidade, tanto pela moral como pela inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, cujas alegrias grosseiras não têm mais.

· Espíritos batedores e perturbadores – estes espíritos não formam, propriamente falando, uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais, podendo pertencer a todas as classes da terceira ordem evolutiva. Manifestam freqüentemente sua presença por meio de efeitos sensíveis e físicos, tais como: pancadas, o movimento e o deslocamento anormal dos corpos sólidos, a agitação do ar, etc.

Todos os espíritos podem produzir esses fenômenos, mas os espíritos elevados os deixam em geral como atribuições dos espíritos subalternos, mais aptos às coisas materiais do que as coisas inteligentes.

Dentro da classificação dos espíritos de terceira ordem, os espíritos imperfeitos, encontraremos o que nominamos na Umbanda de quiumba.

O que é quiumba?

Existem casos de médiuns desavisados, não doutrinados, ignorantes e não evangelizados, que abrem as portas da sua mediunidade para a atuação de quiumbas, verdadeiros marginais do baixo astral, que tudo farão para ridicularizar não só o médium, como o terreiro, bem como a Umbanda. Em muitas incorporações onde a entidade espiritual ora se faz presente como
Guia e hora como Exú, ou é a presença do animismo do médium (arquétipo) ou é a presença de um quiumba. Vamos estudar e entender a atuação dos quiumbas, para uma fácil identificação:

O quiumba nada mais é do que o marginal do baixo astral, e também é considerado um tipo de obsessor. Espíritos endurecidos e maldosos, que fazem o mal pelo simples prazer de fazer, e tudo o que é da luz e o que é do bem querem a todo custo destruir. Esses espíritos, “quiumbas”, vivem onde conhecemos por “Umbral” onde não há ordem de espécie alguma, onde não há governantes e é cada um por si. Muitas vezes são recrutados através de propinas, pelos magos negros para que atuem em algum desafeto.

Na Umbanda existe uma corrente de luz, denominada de Boiadeiros, que são especializados em desobsessão, na caça e captura desses marginais (os quiumbas os temem muito), e os trazem até nós para que através da mediunidade redentora possam ser “tratados”, ou seja, terem seu corpo energético negativo paralisado através da incorporação e serem levados
para as cela prisionais das Confrarias de Umbanda, onde serão
devidamente esgotados em seus mentais e futuramente se transformarão em um sofredor, e ai sim estarão prontos a serem encaminhados aos Postos de Socorros Espirituais mais avançados, pois já se libertaram através do sofrimento, de toda a maldade adquirida.

O processo que devemos realizar para evitar os nossos irmãos “quiumbas” é o mesmo da obsessão, mas, o processo para “tratá-los” é peculiar a Umbanda e cada caso é analisado particularmente pelos Guias Espirituais que utilizam diversas formas (que conhecemos como arsenal da Umbanda) para desestruturar as manifestações deletérias negativas desses nossos
irmãos.

Como identificar um quiumba incorporado?

O que infelizmente observamos na mediunidade de muitos é a abertura para a atuação dos verdadeiros quiumbas, se fazendo passar por Exus, Pombas Gira ou mesmo Guias Espirituais, trazendo desgraças na vida do médium e de todos que dele se acercam. Notem bem, que um quiumba, ser trevoso e inteligente, somente atuará na vida de alguém, se esta pessoa for concomitante com ele, em seus atos e em sua vida. Os afins se atraem. O médium disciplinado, doutrinado e evangelizado, jamais será repasto vivo dessas entidades. Lembre-se que o astral superior é sabedor e permite esse tipo de atuação e vibração para que o médium acorde e reavalie seus erros, voltado à linha justa de seu equilíbrio e iniciação.

Como os quiumbas são inteligentes, quando atuam sobre um médium, se fazendo passar por um Exú ou uma Pomba Gira, imediatamente assumem um nome, que jamais será os mesmos dos Exus ou das Pombas Gira de Lei, pois são sabedoras da gravidade do fato, pois quando assumirem um nome exotérico
ou cabalístico iniciático de um verdadeiro Exú ou de uma verdadeira Pomba Gira, imediatamente e severamente serão punidos.

Por isso vemos, infelizmente, em muitos médiuns, esses irmãos do baixo astral incorporados, mas é fácil identificá-los. Vamos lá:

· Pelo modo de se portarem: são levianos, indecorosos, jocosos, pedantes, ignorantes, maledicentes, fofoqueiros e sem classe nenhuma;

· Quando incorporados: machões, deformados, manquitolas, carrancudos, sem educação, com esgares horrorosos e geralmente olhos esbugalhados.

Muitos se portam com total falta de higiene, babando, rosnando, se arrastando pelo chão, comendo carnes cruas, pimentas, ingerindo grandes quantidades de bebidas alcoólicas, fumando feito um desesperado, ameaçando a tudo e a todos. Geralmente (homens) ficam com o peito desnudo (isso quando não tiram à roupa toda); alguns utilizam imensos garfos pretos nas mãos, e mulheres totalmente desnudas.

· Geralmente, nos ambientes em que predominam a presença de quiumbas, tudo é encenação, fantasia, fofoca, libertinagem, feitiçaria pra tudo, músicas (pontos) ensurdecedoras e desconexas, nos remetendo a estarmos presentes num grande banquete entre marginais e pessoas de moral duvidosa.

· Nesses ambientes, as consultas são exclusivamente efetuadas para casos amorosos, políticos, empregatícios, malandragem, castigar o vizinho, algum familiar, um ex-amigo, o patrão, etc. Os atendimentos são preferenciais, dando uma grande atenção aos marginais, traficantes, sonegadores, estelionatários, odiosos, invejosos, pedantes, malandros, alcoólatras, drogados, etc., sempre incentivando, e dando guarida a tais indivíduos, procedendo a “fechamento de corpos”, distribuindo “patuás e guias” a fim de protegê-los. Com certeza, neste ambiente estará um quiumba como mentor.

· Certamente será um quiumba, quando este pedir o nome de algum desafeto para formular alguma feitiçaria para derrubá-lo.

· Os quiumbas costumam convencer as pessoas de que são portadoras de demandas, magias negras, feitiçarias, olhos gordos, invejas, etc. inexistentes, sempre dando nome aos bois, ou seja, identificando o feitor da magia negra, geralmente um inocente, para que a pessoa fique com raiva ou ódio, e faça um contra feitiço, a fim de pretender atingir o inocente para derrubá-lo. Agindo assim, matam dois coelhos com uma cajadada só: afundam ainda mais o consulente incauto que irá criar uma
condição de antipatia pelo pretenso feitor da magia, e pelo inocente que pretendem prejudicar.

· Os quiumbas invariavelmente exigem rituais disparatados, e uma oferenda atrás da outra, todas regadas a muita carne crua, bebidas alcoólicas, sangue e outros materiais de baixo teor vibratório. Atentem bem, que sempre irão exigir tais oferendas constantemente, a fim de alimentarem suas sórdidas manipulações contra os da Luz, e sempre efetuadas nas ditas encruzilhadas de rua ou de cemitério, morada dos quiumbas.

· Pelo modo de falarem: impróprio para qualquer ambiente (impropérios); É impressionante como alguém pode se permitir ouvir palavrões horrorosos, a guiza de estarem diante de uma pretensa entidade a trabalho da luz.

· Pelas vestimentas: são exuberantes, exigentes e sempre pedem dinheiro e jóias aos seus médiuns e consulentes.

· Os quiumbas incitam a luxúria, incentivam às traições conjugais, as separações matrimonias e geralmente quando incorporados, gostam de terem como cambonos, alguém do sexo oposto do médium, geralmente mais novos e bonitos (imaginem o que advirá disso tudo).

· Os quiumbas, nos atendimentos, gostam de se esfregarem nas pessoas, geralmente passando as mãos do médium pelo corpo todo do consulente, principalmente nas partes pudentas.

· Os quiumbas incorporados conseguem convencer algumas consulentes, que devem fazer sexo com ele, a fim de se livrarem de possíveis magias negras que estão atrapalhando sua vida amorosa. E ainda tem gente que cai nessa.

· Se for uma quiumba, mesmo incorporadas em homens, costumam alterar o modo de se portarem, fazendo com que o homem fique com trejeitos femininos e escrachados, inclusive travestindo-os com roupagens femininas, exuberantes e exóticas, em muito parecendo cortesãs ou mesmo donas de cabarés.

· Os quiumbas atendem a qualquer tipo de pedido, o que um Guia Espiritual, ou Guardiões de Lei jamais fariam. Ao contrário, eles bem orientariam o consulente ou o seu médium, da gravidade e das conseqüências do seu pedido infeliz.

· Os quiumbas (e só os quiumbas) adoram realizar trabalhos de amarração, convencendo todos de que tais trabalhos são necessários e que trarão a pessoa amada de volta (ledo engano quem assim pensa). Esquecem-se de que existe uma Lei Maior que a tudo vê e a tudo provê. Se fosse assim tão fácil “amarrar” alguém, certamente não existiriam tantos solteiros por este país afora.

· Os quiumbas fazem de um tudo para acabar com um casamento, um namoro, uma família, incitando as fofocas, desuniões e magias negras.

· No caso de quiumbas se passando por um Guia Espiritual ou mesmo por um Guardião, geralmente utilizam de nomes exdrúluxos, indecorosos e horrorosos, remetendo a uma condição inferior.


Segunda Ordem – Bons Espíritos:

Características gerais: predominância do espírito sobre a matéria. Desejo do bem. Suas qualidades e seu poder em fazer o bem estão relacionados com o adiantamento que alcançaram, uns tem a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais avançados reúnem o saber às qualidades morais.

Compreendem Deus e o infinito e já desfrutam da felicidade dos bons.

A esta ordem pertencem os espíritos designados pelas crenças vulgares sob o nome de gênios bons, gênios protetores e espíritos do bem.

Os bons espíritos classificam-se em quatro grupos principais:

· Espíritos benevolentes – sua qualidade dominante é a bondade.

· Espíritos sábios – são os que se distinguem, principalmente, pela extensão dos seus conhecimentos.

· Espíritos de sabedoria – caracterizam-se pelas qualidades morais da natureza mais elevada.

· Espíritos superiores – reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem não revela, senão benevolência, e é constantemente digna, elevada e freqüentemente sublime.

Comunicam-se voluntariamente com aqueles que procuram a verdade de boa fé e que têm alma desligada dos
laços terrenos.

Distanciam-se daqueles que se animam só de curiosidade ou que a influência da matéria afasta da prática do bem.

Por Espíritos Bons, temos: Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos, Linha do Oriente e Guardiões de Lei.


Primeira Ordem – Espíritos Puros:

Caracteres gerais – não sofrem influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta em relação aos espíritos de outras ordens.

Primeira classe (classe única) – Percorrem todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais que suportar provas ou expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação (venceram a Roda de Samsara, segundo os Hindus) em corpos perecíveis, é para ele a vida eterna que desfrutam no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade. São os mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os espíritos que lhe são inferiores, ajudam-nos a se aperfeiçoarem e lhes designam as suas missões. Assistir os homens em suas aflições concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os mantêm distanciados da felicidade suprema é, para eles, uma doce ocupação. São designados à vezes sob o nome de Orixás, Anjos, etc.

Os homens podem entrar em comunicação com eles, mas bem presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.


LIVRO: AS HIERARQUIAS ESPIRITUAIS DE TRABALHO NA UMBANDA – FORMAS DE APRESENTAÇÃO E ATUAÇÃO DOS GUIAS ESPIRITUAIS NA UMBANDA – no prelo
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