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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Umbanda - Por Ramatis


Há tipos de rituais confundidos com a Umbanda que vão desde a pajelança, um tipo de xamanismo brasileiro em que o pajé incorpora em transe ritual com beberagem de ervas; o tambor de mina, em que se misturam cultos de diversas nações africanas com a pajelança para dar passagem às entidades de cura e para “tirar” feitiço; o catimbó, em que a fumaça da queima de certas folhas oferece êxtase, dando poderes “sobrenaturais” ao pajé e colocando-o em comunicação com os espíritos; o ritual de jurema, em que os “juremeiros” manifestam índios ousados, violentos e ardilosos ostentando enfeites de penas, cocares, tacapes, arcos-e-flechas, dançando em rito exterior que arrebata as populações carentes de assistência social e à saúde, com suas ervas e raízes curativas apresentando proezas fenomênicas entre fogo, brasa e cacos de vidros; bem como os rituais africanistas descaracterizados das matrizes ancestrais das antigas nações.

Afirmamos que nada disso é Umbanda, enquanto movimento plasmado pelo Cristo Cósmico, que se irradia para a crosta terrícola do Astral superior. Umbanda é uma verdade que independe da vontade e das suscetibilidades feridas de lideranças sacerdotais que conspurcam seu nome sagrado com práticas que não são condizentes com a caridade referendada no Evangelho de Jesus.

Por outro lado, existem variados ritos, usos e costumes na Umbanda; alguns um tanto fetichistas, outros um pouco distorcidos: aqui um grito exagerado, ali uma apoteose dispensável, acolá um médium envaidecido com o guia “infalível”, o consulente desejoso do milagre em seu favor, doa a quem doer. O hábil jardineiro do tempo extrai delicadamente os espinhos para não ferir as mãos. Nem tudo são belas e perfumadas rosas no jardim dos orixás. No atual movimento umbandista, isso é explicável pelo fato de não haver uma padronização ritualística ou codificação, o que, por sua vez, acaba “enxotando” os dogmas, tomando o movimento dinâmico e sempre evoluindo, como tudo no Cosmo. Oxalá e seus ditames prevêem o equilíbrio nessa diversidade.

É oportuno registrar que os costumes africanistas tribais de religiosidade ancestral aportaram no Brasil com acentuadas distorções de suas práticas originais. Já eram atacados pela Inquisição antes de as levas de escravos capturados serem jogadas nos fétidos porões das naus portuguesas. Via de regra, isso foi intensificado aqui pela continuidade da opressão do clero, que redundou em várias outras adaptações, com raras exceções que conseguiram manter os ritos primários incólumes. Impôs-se uma necessidade de sobrevivência da população negra explorada, “liberta” com a Lei Áurea, que ficou excluída do contexto social e entregue à própria sorte, sem nenhum apoio do Estado monárquico, que se curvava ao controle de um catolicismo arcaico e perseguidor (ambos se beneficiaram da pujança econômica oferecida pelo braço escravo). Finalmente livres, os negros se viram sem as moedas dos patrões que os alimentavam, sem o mínimo para a manutenção de suas vidas. Foram, circunstancialmente, “obrigados” a cobrar pela magia curativa que faziam gratuitamente aos sinhôs e sinhás no recôndito das senzalas de chão batido.

Dessa vez, estimulados pelos constantes pedidos dos próprios homens brancos que furtivamente saíam das missas e procuravam as choupanas dos ex-escravos alforriados, os quais subitamente se viram transformados em ilustres magistas de aluguel. Distorceram, portanto, as leis divinas e deu no que deu: o vil mercantilismo religioso que viceja culturalmente em todos os recantos desta nação atual, formando o carma grupal a ser queimado no futuro, assim como foi no passado.

Espíritos originários de outros orbes, aqui aportaram desde os primórdios do planeta e, depois da decadência atlante, com o passar dos séculos vieram a originar nações indígenas brasileiras que herdaram suas tradições mágicas, rituais e curadoras, atualmente canalizadas nas falanges de caboclos da Umbanda.
No início dos tempos no, época em que o orbe era uma massa ígnea coberta de vapores sulfurosos, a região que se solidificou mais rápido, tendo despontado posteriormente na superfície, foi onde hoje está localizado o Brasil. Na escala geológica do planeta, isso propiciou que a primeira crosta terrestre emersa do oceano primitivo fosse a pátria verde e amarela. Tal região foi a que se formou mais rapidamente, oferecendo condição propícia, na natureza que se forjou, para a encarnação de espíritos extraterrestres no ciclo hominal terrícola.

As tradições mágicas e xamânicas que nasceram nas tribos brasileiras de antanho antecederam todos os demais ciclos reencarnatórios que se efetivaram. Na verdade, essa “porta” de entrada espiritual planetária originou o conhecimento em todas as outras raças, nações e tribos antigas, não só da indígena formada primeiramente. Os payés (pajés) interpretavam os astros, liam as energias irradiadas e, por meio da natureza e do intercâmbio psico- astral com entidades incorpóreas de outros orbes, que vieram em suas vimanas (naves) intensamente até o auge da Atlântida, adquiriam instruções e eram governados do Espaço. Com certeza, a Umbanda pratica essa herança mágica ancestral, seja de caboclo, preto velho ou oriental; as aparências dos espíritos são meras formas e uma não é melhor que a outra. Os conhecimentos milenares ficam registrados no espírito e independem da nação, tribo ou raça, desde que isso se configure como ilusões, impressões transitórias do vaso da matéria que abriga uma coletividade encarnada.
Obviamente os espíritos que se enfeixam nas aparências de caboclos, ligados à antiga raça vermelha, assim o fazem prioritariamente para impressionar mediunicamente os sentidos psíquicos, não pelo fato de serem herdeiros das tradições mágicas, rituais e curadoras, uma vez que as outras “raças” dos espíritos também o são e que a vertente que a trouxe é e foi uma só e se espargiu pelas migrações provocadas ao longo da história e geografia terrenas.

No passado das civilizações, seja na Atlântida, Ásia, África, Europa, ou nas Américas, reencarnaram os mesmos espíritos em várias ocasiões. Eles traziam no inconsciente, o qual não se reportava às cores das peles ou raças que os abrigavam provisoriamente nos corpos físicos, a sabedoria antiga dos iniciados extraterrestres.
Ocorre que a transmissão dos saberes ocultos sempre foi velada, um tanto misteriosa ao homem comum, preocupado em saciar a fome e sem tempo para maiores abstrações filosóficas. Seria perigoso o magismo praticado pelos magos nos templos, se fosse aberto a todos. Por esse motivo, os Senhores da Luz Velada, espíritos de escolas de outros orbes que velavam pela transmissão dos conhecimentos mágicos, quando encarnados como instrutores atlantes, hierofantes egípcios, mabatmas indianos, pajés sul-ameríndios ou sacerdotes trïbais africanos, preservaram o saber tecendo histórias que viraram lendas para o povo, numa versão popularizada para as mentes brutas, tornando esse saber “palatável” oralmente à interpretação esotérica superficial das leis divinas que regem o micro e o macrocosmo. Fixaram em santuários, pirâmides, criptas e cavernas o que não era acessível ao primitivismo do povo absorvido pela sobrevivência num cotidiano inóspito. Mas, como a água da fonte, que se armazenar em recipientes diferentes, não deixa de ser a mesma água, assim é a Umbanda: a diferença nos terreiros não significa desigualdade perante os orixás; ela vos une numa mesma essência e não vos separa na ilusão das formas.

Por isso, determinadas coisas podem ser entendidas como, os caboclos de Umbanda - Tupinambá, Tupiara, Tupiaçu, Tupimirim - que falavam o nheengatu e pertenceram às tribos mais evoluídas do planeta. Esse idioma é considerado desenvolvido pela lingüística, inclusive se comparado com as línguas atuais, isto acontece porque o som é pensamento e a sonoridade verbal o expressa. As imagens mentais antecedem a idéia e sua verbalização. Somente espíritos de grande conhecimento poderiam se adaptar a um idioma como o falado pelos tupi-guaranis. Essa tribo “primitiva” não era monossilábica e seu vocabulário era expressão das consciências espirituais extraterrestres, com os quais mantinham sintonia e de quem eram procedentes. No plano hiperfísico, atuavam os regentes dessa raça, espíritos de escol que vieram de Sírius para a Terra trazendo o intercâmbio com o mundo rarefeito interdimensional. Os espíritos que atuam na Umbanda, descendentes do portentoso tronco tupi e originários dessa estrela distante (Sírius), são exímios mensageiros e viajantes astrais. Por detrás de suas práticas xamânicas (sopros, benzeduras, baforadas, ervas, mandingas e mirongas), estão alinhadas verticalmente no éter, numa outra dimensão vibratória, naves espaciais de outros orbes, preexistentes à formação de vosso planeta, que auxiliam na evolução humana. A Terra não é destinada a ter uma raça dominante e uniforme. É natural que “blocos” de espíritos que reencarnam durante um período, numa determinada raça, fazendo-a evoluir, deixem de encarnar em uma forma e cor especificas para animar outras, instalando-se assim os ciclos de apogeu e declínio.

Existiram várias etnias no orbe, e atualmente existe uma miscelânea racial no planeta. A diversidade da Umbanda atrai esses espíritos por sua universalidade. Sendo um amálgama de todas as cores e formas raciais, é a mais universal das religiões e doutrinas mediúnicas da Terra; leva os homens fragmentados em sua relação com o Divino a um processo de unificação com Ele.

Os homens afoitos e zelosos das purezas doutrinárias criticam os caboclos da Umbanda quando assoviam, cantam, assopram e chilreiam como pássaros, baforando o charuto. A estreiteza de opinião oriunda do desconhecimento, aliado ao preconceito, favorece as “superioridades” doutrinárias e as interpretações sectárias. Os fundamentos dos mantras e seus efeitos curativos (vocalização de palavras mágicas) fazem parte dos ritmos cósmicos desde os primórdios de vossa civilização. Os vocábulos pronunciados, acompanhados do sopro e das baforadas, movimentam partículas e moléculas do éter circundante do consulente, impactam os corpos astrais e etérico, expandindo a aura e realizando a desagregação de fluidos densos, miasmas, placas, vibriões e outras negatividades.

Assim como as muralhas de Jericó tombaram ao som das trombetas de Josué, os cânticos, tambores e chocalhos dos caboclos desintegram poderosos campos de força magnetizados no Astral, bem como o som do diapasão faz evaporar a água. Os infra e ultra-sons do Logos, o Verbo sagrado deram origem ao Universo e compõem a tríade divina: som, luz e movimento. Como o macrocosmo está no microcosmo, e vice-versa, a pronúncia de determinadas palavras contra um objeto ou ponto focal no Espaço, mentalizando a ação que esse som simboliza, será potencializada a intenção pelo mediunismo do caboclo manifestado no médium, e energias correspondentes serão movimentadas. Ao mesmo tempo, cada chacra é uma antena viva dessas vibrações que repercutirão nas glândulas e nos órgãos fisiológicos, alterando os núcleos mórbidos que causam as doenças, advindo as “notáveis” curas praticadas na Umbanda. É comum religiosos e exímios expositores de outras doutrinas acorrerem a ela, sorrateiramente, às escondidas, com os filhos ou eles mesmos adoentados, ditos incuráveis pela medicina materialista, tendo sua saúde reinstalada, para depois nunca mais adentrarem um terreiro. A todos o manto da caridade dá alento, sem distinguir a fé fragmentada de cada um.

O homem tem memória curta, impregnada de personalidade temporária, o que é próprio da sua natureza encarnada e momentaneamente esfacelada diante do espírito atemporal que o anima.

Fonte de Pesquisa: A Missão de Umbanda - Norberto Peixoto p/ Ramatis

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Palestra


O  Caboclo Ubirajara já estava para começar sua breve palestra à todos que se encontravam naquela casa de Umbanda, tanto a assistência quanto o corpo mediúnico, antes de se iniciarem os trabalhos espirituais pertinentes a gira.

A entidade possuía praticamente dois metros de altura, face enrugada, olhos castanhos, sinceros, bondosos, mas que despertavam ordem e denotavam imensa autoridade moral.

Vestia-se como se fosse um silvícola de terras brasileiras, entretanto possuía um cocar em sua cabeça formado por penas douradas e possuía incrustado na fronte, na região correspondente ao terceiro olho, um cristal de cor azul-escuro no formato de um losango.

Calei minhas observações e procurei abrir meu coração para escutar a prédica do Senhor caboclo Ubirajara que se iniciaria naquele exato momento.

─ Boa noite meus filhos! Este caboclo os saúda e se alegra com vossa presença nesta tenda de caridade que é de vocês mesmos.

─ A palavra deste caboclo é curta, mas antes preciso relatar a vocês um certo costume existente na tribo a que pertenci quando fui um índio brasileiro em minha última encarnação, há seis séculos.

─ Em nossa tribo, quando recebíamos a visita de alguma tribo vizinha, nós usávamos as “panelas” mais velhas para cozinhar e emprestávamos os nossos ”pratos” mais velhos para eles cearem conosco, enquanto que nós ficávamos com os mais novos.

A assistência entreolhou-se espantadamente pensando que este costume era um tanto quanto esquisito e devo confessar que o corpo mediúnico entreolhou-se da mesma forma, mas a entidade continuou sua preleção dizendo:

─ Aos olhos de vocês este parece um costume um tanto quanto estranho se comparado aos tempos modernos, não é verdade?

Todos esboçaram um sorriso na face como se respondessem afirmativamente à pergunta da entidade.

─ Mas este caboclo vai tentar explicar a vocês a lógica por trás deste procedimento que, à primeira vista, parece mesmo “de outro mundo”:

─ Na nossa tribo as “panelas” e “pratos” mais velhos eram aquelas que haviam sido mais utilizadas por nós ao longo do tempo; ou seja, eram os nossos utensílios culinários mais queridos; e ofertá-los às tribos que nos visitavam era uma demonstração de respeito e afeto.

Sorri ao perceber na fisionomia de todos os presentes naquela casa de caridade a compreensão de que uma mesma situação pode ser interpretada das mais diversas maneiras.

A entidade também esboçou um sorriso no canto direito dos lábios e continuou:

─ Hoje em dia, nos lares brasileiros, vocês se comportam de uma forma bem diferente do que quando este caboclo estava encarnado, não é verdade?

─ As melhores louças, as mais lindas vestes de cama, mesa e banho, vocês só costumam usar, de fato, quando recebem uma visita, não é assim?

─ Quando a casa de vocês está sem visitas vocês não vestem trapos e nem cozinham em panelas furadas, mas, de forma geral, não usam o que têm de melhor, não é assim? Ou este caboclo está errado?

Todos balançaram a cabeça afirmativamente concordando com a argumentação da entidade.

─ Este caboclo não está falando estas coisas para vocês com a intenção de que procedam em suas casas como nós agíamos há pouco mais de seis séculos, pois os tempos são outros, as regras de etiquetas são outras.

─ Na realidade, é natural que tudo na vida evolua, até mesmo os hábitos e costumes; mas este caboclo não pode deixar de ressaltar uma observação importante neste costume moderno de vocês encarnados no que diz respeito a recepção das visitas em vossas casas: vocês procuram ornamentar as vossas residências com objetos que lhes pareçam mais bonitos e preciosos quando recebem visitas e isto é muito nobre aos olhos deste caboclo; mas vocês admiram tanto este hábito praticado com a casa dos vossos corpos que acabam estendendo-o para a casa dos vossos espíritos.

Todos os que escutavam a prédica do caboclo arregalaram os olhos e não conseguiram esconder o sinal de interrogação que brilhava na face de cada um de maneira reluzente.

O reluzir era tanto que a entidade perguntou a seus ouvintes:

─ Qual é a casa dos vossos espíritos?

A maior parte dos ouvintes, então, respondeu:

─ O nosso corpo físico.

─ E como vocês cuidam desta casa tão preciosa? Vocês a higienizam diariamente?

Muitos ficaram estupefatos com a pergunta, entretanto, a entidade amiga prosseguiu em seu colóquio:

─ Este caboclo não está falando de vocês tomarem banho e nem de escovarem os dentes diariamente. Falo é da verdadeira atitude higienizadora da residência dos vossos espíritos: a oração.

─ Vocês usam da oração com regularidade ou somente quando recebem visitas?
Os ouvintes daquela palestra permaneciam a entreolhar-se como se a entidade amiga estivesse “falando grego”.

 ─ Este caboclo não está falando das visitas que vocês recebem em vossos lares apenas quando são requeridos ou as requerem; caboclo fala é da visita que vocês recebem sem requisição direta de nenhuma das partes.

 ─ O que vocês costumam fazer quando recebem a visita daquilo que vocês chamam de injustiça?

Uma pessoa da assistência levantou a mão e o caboclo consentiu que ela respondesse:

─ Nós oramos.

─ Muito bom filha, esta é uma atitude muito formosa aos olhos de Tupã! Mas vocês oram sempre? A oração é um prato que vocês devem usar para procurar se nutrir diariamente com os alimentos da fé, amor, evolução, vida, justiça, lei e conhecimento. É um prato que quanto mais usado, mais renovado fica. Vocês usam-no diariamente, em todos os instantes, ou somente quando recebem visitas?

A platéia estava tocada com as palavras do caboclo. Muitos até possuíam o olhar marejado, mas a entidade continuou:

─ E é isto que caboclo quer pedir a vocês meus filhos: orem mais! Cuidem melhor da casa do vosso espírito, pois como disse um sábio há tempos: “mente sã, corpo são”.

─ Tudo aquilo que vocês chamam de situações de injustiça são, na realidade, oportunidades únicas para vocês exercitarem a oração. No entanto, seria muito importante para a evolução de vocês que a prática da oração fosse um exercício diário e constante.

─ Um desportista não espera uma competição se iniciar para que venha a treinar; muito pelo contrário, ele se prepara para ela meses e meses antes de seu início, para que se encontre devidamente preparado quando houver de fornecer testemunho dos efeitos de seu treinamento. Um desportista não procura oferecer o seu melhor apenas nos dias de competição: o seu melhor é oferecido a cada dia de treinamento.

 ─ Em relação a prática da oração este caboclo pede que vocês procurem agir como o desportista, treinando a vossa mente, a vossa razão, a vossa emoção e o vosso espírito diariamente com o exercício da prece, pois assim agindo estarão sendo devidamente preparados por Tupã para oferecerem testemunhos de vossa fé quando forem visitados pela necessidade de reajuste cármico denominados por vocês como injustiça.

─ Orem meus filhos! Orem dia-a-dia em espírito e verdade, pois somente assim vocês terão condição de desenvolverem a sabedoria: o divino sentimento imprescindível para a evolução e que se desenvolve com muito mais naturalidade se houver a prática da oração.

─ Que Tupã-Nosso-Pai abençoe a todos vocês!

E eu que ali desdobrado estava em tarefa de aprendizado, já com o coração transformado por palavras tão lindas, só pude responder em conjunto com toda a assistência e corpo mediúnico: “ Que assim seja!” 


Mensagem do Sr. Caboclo Ubirajara recebida por Pedro Rangel por autorização do Sr. Caboclo Miracy

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Toque da Jurema - A Cura em Várias dimensões


O Toque de Jurema (Encantarias – Encantados) é um culto público com fins propiciatórios à (1) cura, (2) resolver problemas vários do cotidiano, (3) amor e, finalmente, (4) problemas espirituais vários.

O Culto à Jurema tem na adaptação do homem aos três ambientes: natural, social e sobrenatural a forma de encontrar a estabilidade, a harmonia e o equilíbrio.

A quebra desse equilíbrio (dos três ambientes) pode desencadear vários óbices, inclusive a deflagração de agressão mística – demandas, ataques mágicos ou berundangas - responsável por infortúnios espirituais tais como “vida amarrada” e perturbação espiritual na dimensão afetiva promovendo o insucesso no amor e as maiores dificuldades no aspecto econômico-financeiro. Finalmente, os problemas mais ou menos graves de saúde mental ou somática.

Todos esses infortúnios ou malefícios são combatidos pelos rituais ou Toques de Jurema, pois por intermédio de “ervas receitadas” em forma de chás, decocto, defumações e, principalmente, com o vinho de Jurema e as “fumaçadas” preparadas para combater todos os males (fumo misturado com ervas propicias a várias finalidades).

São esses remédios dispensados pelo Mestre acostado (entidade sobrenatural), ou mesmo pelo Mestre Juremeiro encarnado que em geral é erveiro, mateiro, rezadeiro, raizeiro, benzedeiro e “feiticeiro” que favorecem e restabelecem a harmonia, a estabilidade e o equilíbrio perdidos.

As fumaçadas são aspergidas, em formas de fumaças sopradas pela marca (pelo fornilho) nos consulentes pelo Mestre acostado algo que caracteriza os Mestres da Jurema, Mestre da Sabedoria e de fundamento nas raízes de seu Mestre iniciador desde quando foi “enjuremado”.

Os cultos não são apenas públicos, pois há os individuais, onde se atendem e se faz vários tipos de trabalhos, todavia, quando do Toque de Jurema, o mesmo se processa da seguinte maneira:

1. Os rituais ou mesas são mágico-sagrados sendo muito valorizados principalmente pelos benefícios que propiciam.

2. O uso do vinho de Jurema é o principal remédio para todos os males. Os ingredientes do vinho de Jurema é de conhecimento exclusivo dos iniciados, por isso faz-se silêncio sobre sua composição.

3. O tabaco é fundamental na eliminação de malefícios vários, podendo também trazer benefícios espirituais – “chamar o transe” – quando aspirado profundamente.

4. O grande número de remédios oriundos da flora e da fauna são o manancial onde os Juremeiros preparam seus “líquidos ou pós de poder”, suas garrafadas, lambedores (xaropes) e banhos para neutralizar malefícios vários e trazer benefícios.

Para tantos “benefícios” os Mestres, basicamente fazem uso de três objetos magísticos. A princesa – uma bacia de louça branca com fumo de corda e outros elementos que representam a fonte de todo poder do Mestre. A marca mestra (maracá) que se acredita ter o poder de abrigar vários espíritos das cidades e aldeias que rodeiam as cidades místicas ou reinos da Jurema. O terceiro poder é determinado pela fumaça da marca do Mestre acostado, que serve de remédio e propicia o transe de possessão.

O Toque de Jurema (Encantaria) é encontrado em várias religiões afro-brasileiras, principalmente na Umbanda, em algumas de suas vertentes; no Culto de Nação Africano (Jejê-Nago-Angola); No Tambor de Mina - há mais de 50 anos presente em várias regiões do país fundamentado no Culto Jejê (Voduns), principalmente nas divindades Poli Boji, Dambirá, Quevioçô, Sobô, Badé, em perfeita harmonia com Orixás Ketu, Mestres e outros Encantados; não se pode esquecer do Tambor da Mata ou Terecô - oriundo do Mearin e de Codó do Maranhão, que hoje se encontra difundido em alguns estados - onde se apresenta Barba Soeira (Santa Bárbara) e vários outros encantados, principalmente Mestre Légua, Rei da Turquia, Rei D. Sebastião e muitos outros.

Prosseguindo, o Toque de Jurema, ao contrário do que muitos pensam, é complexo nos fundamentos e na ritualística. Há um enredo que vem puxando uma teia de ancestralidade indígena e européia tendo como pedra angular o poder mágico curativo da Erva Jurema e do Vinho preparado com ela.

“Curam” vários males, principalmente pelos conhecimentos e poderes dos Mestres encarnados que são acostados por Mestres de outro mundo, “Juremeiros desencarnados” (será apenas isso?). As curas proporcionadas pelo poder do vinho de Jurema potencializadas pelos fundamentos dos Mestres e seus avatares atingem o psicossomatismo (mente e corpo) do consulente, o social – problemas afetivos-sexuais e financeiros vários; os espirituais – “vida amarrada”, feitiçaria, bruxaria e outras influências negativas.

Antes do encerramento deste sumário sobre a Jurema e seus rituais de fundamento e as diversas encantarias há de se ressaltar que cânticos (louvarias ou cantorias) e danças sob a influência das fumaçadas e a degustação do vinho de Jurema caracterizam esse culto e seus adeptos.

O Toque de Jurema no que concerne ao aparente caos - pois transgride na alegria e na paz a cultura vigente - e do lúdico, faz parte da cura proporcionada pelo poder dos Mestres que conhecem a psicologia e o imaginário das humanas criaturas.

Com certeza, o Toque de Jurema e outras religiões afro-brasileiras são formas de resistência às proscrições, às desigualdades que infelizmente campeiam na sociedade, protagonista de descriminações várias, preconceitos, que impedem as necessárias mudanças e mobilidades sociais.

Além da resistência, Mestres do outro mundo e deste mundo se unem não somente para proporcionar curas em várias dimensões do ser humano e de sua sociedade, mas labutam pela transformação sócio-espiritual que vem ocorrendo na sociedade brasileira que elevará a uma forma justa de religiosidade nossa gente.

Salve a Jurema Sagrada!

Salve, Salve, os Mestres!

Salve, Salve, os Príncipes, as Princesas e todos os demais Encantados!


Fonte: Blog Espiritualidade e Ciência

Reforma Íntima


Buscar a reforma intima é o inicio de uma grande jornada consciente.

É acreditar na evolução.

Acreditar que é possível mudar e criar um universo de paz e serenidade dentro de nós.

Você quer percorrer este caminho?

Quer ?

Então comece agora, que todo o universo vai conspirar a seu favor.

Boa jornada, saiba que junto contigo irá também uma legião de anjos, mas acredite eles não vão interferir, mas com certeza vão estar com você, te fortalecendo e te encorajando a prosseguir. 

Seja como água do rio que sempre está em movimento e diante dos obstáculos contorne.


REFORMA ÍNTIMA OU EDUCAÇÃO INTERIOR?

“CONHECE-TE A TI MESMO”
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses”

A frase acima, atribuída ao filósofo Sócrates, foi escrita no templo de Apolo em Delfos; atravessou o tempo imutável e ainda chama os homens ao autoconhecimento.

Esta mesma convocação muito usada nos centros Espíritas e Umbandistas ainda é incompreensível para até pessoas de medianos conhecimentos.

O que Sócrates queria dizer? Como conhecer a nós mesmos? Olhando no espelho? Como posso conhecer o Universo e os deuses, conhecendo a mim mesmo?

Os ouvintes captam a frase, sabem que é importante, mas não mudam nada em si porque não entendem como processa-se esta sábia orientação.

Como nascemos com o rol completo de sentimentos e mais, tudo que nossa mente processa, nada mais óbvio que passar a estudar, analisar e entender tudo que se passa em nosso interior, seja em forma de sentimentos, seja pensamentos.

Quando estivermos sentindo raiva de alguma coisa ou alguém, paremos para pensar o motivo desta raiva, o porquê das coisas de fora estão nos incomodando por dentro. O método de analisar tudo que sentimos e pensamos nos levará ao caminho da conscientização do que somos.

Você é aquilo que sente e aquilo que pensa.

Mas sabe realmente o que sente, por que sente e o que pensa?

Dando um exemplo de auto-análise para o conhecimento interior. Trabalhamos num escritório, numa associação, num centro de Umbanda ou outro religioso. Damos tudo de nós, nos esforçamos o melhor possível para desempenhar nossa tarefa nestes locais, mas vem uma pessoa que pouco ou nada fez e recebe um “cargo” superior ao nosso passando na nossa frente. O que acontece?

Revoltamo-nos, ficamos indignados porque ninguém viu nosso esforço, o sacrifício que tivermos que fazer para cumprir nosso dever, ninguém reparou no nosso valor aí vem à revolta, mesmo não manifestada exteriormente.

Então passamos a analisar este sentimento de revolta, frustração e indignação. Avaliemos se nosso esforço foi para receber elogios e promoções ou para cumprir nossa obrigação com lealdade. O valor que sabemos que possuímos é para nos projetarmos no mundo ou para satisfação de nós mesmos?

Ou então, temos aquele sentimento de inferioridade pensando que somos um nada, nada valemos e nada somos porque não recebemos a recompensa devida. Tanto a revolta quanto o sentimento de inferioridade são ambos negativos que devemos alterar.

O ideal seria pensar: “fiz o melhor possível, dei tudo de mim, sei que tenho valor, mas se o mundo não viu, não valorizou ou me recompensou, não importa porque sei que tenho valor, o meu bem estar interior me recompensa e Deus sabe. Isto é o principal. Sabemos que o mundo é uma escola onde recebemos lições para absorver, então, tudo vem para nosso aprendizado.

Não nos tornamos melhor para receber elogios, recompensas ou promoção material ou espiritual. Fazer o melhor, dar o melhor, sentir o melhor é apenas o caminho para nossa felicidade.

Notamos que as pessoas espiritualmente elevadas não buscam recompensas externas, nem elogios, apenas são felizes consigo mesmas. O principal: são criaturas alegres e nada de fora altera esta alegria interior.

O autoconhecimento fará com que passamos a sofrer menos com tudo que acontece em nossa volta. Passamos a nos defender da negatividade do mundo com as defesas internas. Estas defesas se chamam: satisfação pessoal, amor por si mesmo e consciência tranquila. Mais do que tudo, a maior defesa é realmente o amor que ampliamos em nosso coração; quando amamos, tudo se torna mais fácil e ameno.

O autoconhecimento tem que vir junto com o sentimento de amor, amor, principalmente, por nós mesmos.

Somos filhos de Deus, somos deuses!

         Autor Desconhecido.

A reforma íntima é a avaliação do nosso eu, é uma balanço das nossas atitudes e uma vontade enorme de mudar para melhor, é elevar-se na condição humana deixando de ser egocêntrico o centro do universo e se tornando altruísta. É trocar atitudes equivocadas que só trazem dores por atitudes corretas, que promovem o bem estar nosso e de quem esta a nossa volta.

Paz e Luz a todos os Irmãos de Fé! Saravá e Boa Reforma Íntima a todos!!!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Magia na Umbanda



Magia nada mais é do que a manipulação de elementos e da energia neles contida. Como numa experiência alquímica, manipula-se esses elementos a fim de atingir um objetivo determinado, e não há nada de sobrenatural nisso. Sobrenatural seria aquilo impossível de se alcançar, já a manipulação mágica, sendo possível, é algo perfeitamente natural – o diferencial é que foge à compreensão convencional, o que a coloca à margem dos demais conhecimentos.

A arte da magia se faz presente em todas as civilizações conhecidas, desde as mesopotâmicas até as ameríndias, cada qual adaptando rituais e métodos de acordo com sua crença e cultura. Assim, a magia tem atravessado séculos, resistindo à perseguições e tentativas de minimizá-la ou então de classificá-la, de forma preconceituosa, como crendice popular. Mas na realidade, a crença na magia ultrapassa os limites das barreiras sociais e até culturais. Ao recorrer a simpatias, benzimentos, determinadas rezas, nada mais se está fazendo do que apelando para a magia.Assim, é possível afirmar que a Umbanda é a síntese da magia, pois agrega elementos dos mais diversos povos: europeus, africanos e ameríndios – isso sem contar as correntes que tentam inserir novos elementos à sua liturgia. Então, a Umbanda é magística por excelência. Entretanto, é sempre bom tomar o cuidado para não se deixar iludir e cair naquela crença infantil de que a magia é a solução para tudo.

A Inteligência Universal certamente atua sobre o destino de cada um, só permitindo que aconteça aquilo que for de seu merecimento ou necessário ao seu aprimoramento espiritual.

A função da magia, nesse caso, é fornecer “meios” para que os trabalhadores do Universo (que alguns chamam de anjos, outros de mentores, outros, simplesmente de “guias”) possam trabalhar e auxiliar os homens naquilo que necessitam.Existem aqueles que, deslumbrados com aquilo que acreditam ser possível conseguir com a magia, ou ainda, desconhecendo as Leis que regem o Universo, passam a acreditar que tudo podem conseguir usando essa ferramenta, buscando atingir seus objetivos, não importando os meios. Tentam – e acreditam conseguir – burlar as Leis mais primordiais que existem. Muitas vezes conquistam um sucesso efêmero, o que os deixa ainda mais iludidos, já que não possuem a compreensão das dívidas que contraem ao tentar (em vão) ludibriar os olhos do Astral, que nada deixam de ver. O uso da magia deve ser responsável.

As Leis de Umbanda são severas, usar seus meios requer responsabilidade e maturidade e infelizmente não são todos que estão preparados para isso. Aceitar a magia que a vida realiza naturalmente, dia a dia, é um grande sinal de resignação e sabedoria, pois quem assim o faz, respeita aquilo que preparou para si, já que tudo é fruto do merecimento. Manipular energias e elementos com responsabilidade é um trabalho nobre, mas é para poucos, pois são poucos os que sabem fazer isso sem interferir nas Leis do Universo, que é  justo, como justa é a Umbanda, que caminha sempre à trilha das Leis de Deus.

Artigo gentilmente cedido pelo sociólogo e pesquisador Douglas Fersan.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Energias




Introdução

Para um melhor entendimento, antes de entrarmos no assunto sobre energias, vamos discorrer sobre a “teoria do transbordamento”, onde pretendemos exemplificar a ação energética, sua mistura com outras energias e sua ação direta nos seres vivos.
Começamos com um pote completamente cheio de bolinhas amarelas.

1.       

Se adicionarmos mais bolinhas nesse pote irá provocar o transbordamento das bolinhas, seria como se estivéssemos enchendo um copo d’água: o copo comporta um volume máximo de água, mas se continuarmos colocando mais água ela transborda. Essa é a “teoria do transbordamento”.


Essas bolinhas possuem a propriedade de poder se misturar com bolinhas de outras cores, por exemplo, se juntarmos uma bolinha azul com uma amarela, teremos uma bolinha de cor verde.


Então, se jogarmos bolinhas azuis no pote de bolinhas amarelas, irá transbordar bolinhas de cor verde.

           
Se continuarmos colocando bolinhas azuis no pote chegará um momento que todas as bolinhas dentro do pote ficarão verdes, pois todas as amarelas irão se misturar com as azuis.


Se não pararmos e continuarmos colocando mais bolinhas azuis, o pote ficará só com bolinhas azuis, pois não haverá mais bolinhas amarelas para misturar e as verdes também terão saído do pote.


Agora, se pegarmos um pote com bolinhas coloridas e jogarmos bolinhas azuis, de dentro dele sairão bolinhas coloridas, por causa da mistura das cores.


As bolinhas serviram de exemplo para entendermos como se comportam as moléculas de um corpo qualquer quando recebe energia: as moléculas desse corpo possuem uma carga de energia (como as bolinhas amarelas) e recebem energia de carga diferente externa ao corpo (como as bolinhas azuis), e o que resulta dessa soma de cargas é uma carga diferente (como as bolinhas verdes).

É assim que se comportam todos os corpos no Universo: uns trocam energias com outros, mudando constantemente a energia de cada corpo, recebendo e transbordando energias.


Todos os corpos no Universo trocam energias com outros corpos. Ao invés de potes, podemos imaginar estrelas, planetas e até seres humanos trocando energias entre si.

            
Os animais e os humanos possuem uma carga própria de energia (como no exemplo, bolinhas amarelas) mas, por possuírem sentimentos, eles conseguem manipular essa energia de acordo com o estado em que se encontram: se estão felizes, conseguem mudar a energia interna (tornam as bolinhas de amarelas para laranja), se estão tristes, também mudam a energia interna (tornam as bolinhas amarelas em rosas), se estão com raiva, também mudam a energia interna (tornam as bolinhas amarelas em vermelhas), e assim por diante. Há pessoas que mudam de sentimento a todo instante e por isso possuem energias variadas em seu corpo (bolinhas coloridas).

 
Os sentimentos dos homens e dos animais influenciam a energia interna de cada ser. As cores utilizadas no exemplo são irrelevantes.

Nesta introdução vimos, então que, um corpo possui uma quantidade de energia, mas se o meio externo emanar energias para este corpo, a energia será processada internamente e o excesso transbordará, podendo inclusive, ser emanado para outro corpo.


A          Energia Universal

O Universo emite infinitamente energia para todas as estrelas, planetas e satélites. Tudo no Universo possui capacidade de receber, processar e re-emitir essa energia de acordo com sua grandeza e potência. Quanto maior e mais potente, o corpo no universo emite com mais força, intensidade e distância a energia processada em si.

No sistema solar o maior e mais potente corpo que recebe e emite energia é o Sol, e por isso a Terra recebe grande quantidade de energia solar. A Lua também recebe energia universal e solar e emite boa parte de sua energia processada à Terra.

2.      

                   O Universo emite energia para a Terra e para o Sol. O Sol emite energia processada em seu interior para a Terra.


          A maior parte da energia que a Terra recebe vai diretamente para o seu núcleo, onde é processada com a energia das moléculas contidas no interior do planeta e posteriormente essa energia é emitida para a crosta terrestre, onde beneficiará tudo o que estiver ao seu alcance.


A maior parte da energia que vem do Universo, do Sol e da Lua, é processada no núcleo terrestre e posteriormente expelida para a crosta.

 
Os seres vivos recebem as energias terrestre, lunar, solar e universal. Todas essas energias, mais a energia vital, são as responsáveis pela vida na Terra.

 Energias nos seres vivos 
Como vimos anteriormente, o ser humano e a maioria dos animais conseguem, além de processar a energia nas moléculas de seus corpos, inserirem vibrações positivas e negativas, de acordo com seus sentimentos, desejos e pensamentos.


3.   

O ser humano recebe energia externa em seu corpo que será processada juntamente com suas moléculas. Vibrações positivas e negativas de seus sentimentos também são processadas com toda essa energia – é o exemplo do pote com bolinhas coloridas: o amor possui uma cor, o ódio outra, a felicidade e a tristeza outras cores e assim por diante.


         O ser humano expele parte do excesso de suas energias ao meio externo. Como a energia que sai de um ser humano foi modificada em seu interior - dependendo de seus sentimentos, desejos e pensamentos – esta poderá afetar diretamente outros seres humanos com carga positiva (aquela que nos alimenta e carrega nossas células com boas vibrações) ou negativa (aquela que nos derruba e nos enfraquece). 

                                                             Os seres humanos emitem energia de uns para outros.


         Pela teoria do transbordamento, se um ser humano recebe continuamente energia positiva ou negativa de outro ser humano, ele transbordará energia positiva ou negativa respectivamente, e isso afetará diretamente em seus sentimentos, desejos e pensamentos, o que o tornará uma pessoa bondosa, pelo excesso de energia positiva, ou “amarga”, pelo excesso de energia negativa.

            Ligações por pensamentos ou ponte mental

         Muitos animais e os seres humanos, são dotados de inteligência e pensamento, e Deus permitiu que uns consigam ligar-se a outros por meio de seus pensamentos, criando uma “ponte mental” imaginária que interliga mentalmente cada um, de acordo com sua correspondência.

         Para provar que esta teoria da ponte mental funciona, temos diversos relatos de pessoas que afirmam que seus animais sabem exatamente a hora que estão chegando em casa; pessoas que sabem quando outras irão telefonar; pessoas que relatam que sonharam com outras e essas, por sua vez, entram em contato no mesmo dia, apesar de ficarem anos sem se falar; etc. Para esses e milhares de outros casos, a linha de pensamento de um ser se ligou com o outro ser, por isso houve uma comunicação mental.

Essa ponte mental não depende de distâncias, depende apenas que um ser tente entrar em contato com outro que responda aos seus chamados mentais.

4.      

Mesmo à distância, um ser consegue se ligar mentalmente com outro através do pensamento: chamamos esse fenômeno de ponte mental.

 
           
      Através dessa ponte mental, conseguimos emitir energia. Vários seguimentos da Umbanda e do kardecismo estudam e desenvolvem meios de emitir boas energias aos doentes e aflitos incapacitados de comparecer a um terreiro ou centro espírita. Outras religiões também emitem boas vibrações através do pensamento para outros seres, em outros pontos da Terra, mas cada uma de acordo com seus dogmas.

         Transmissões de pensamento, ou telepatia, funcionam pelo mesmo mecanismo da ponte mental.

       Para ser completamente funcional, a ponte mental deve ser correspondida pelas pessoas envolvidas, ou seja, uma pessoa tenta transmitir uma mensagem para a outra e esta outra deverá estar receptiva para poder receber a mensagem – é algo parecido com uma pessoa telefonando para a outra, a comunicação só funciona se a pessoa atender, caso contrário o telefone ficará apenas chamando do outro lado.

         Então, quando sonhamos com alguém, muito provavelmente essa pessoa pensou em nós e estamos criando uma ponte mental. No caso dos animais, eles estão constantemente pensando em seus “donos”, ficam tentando se comunicar mentalmente, e assim que são correspondidos - por exemplo, o dono pensa em voltar pra casa para dar alimento para o animal – eles já sabem que em breve serão alimentados e ganharão carinho e, por isso, sabem que seus donos já estão retornando para casa.


Os animais sabem quando os seus “donos” retornarão, ou se estão passando mal, ou se estão felizes, alegres, etc., tudo graças à ponte mental que os liga.

 
           
          Porém, essa ponte mental também permite a emissão de energia positiva e negativa.

Algumas pessoas escravizam mentalmente outras somente com o pensamento: elas emitem pensamentos e vibrações ruins e são correspondidas mentalmente por outras, e com isso conseguem emitir carga negativa e “derrubar” aquelas que estão conectadas por laços de ódio (aquelas pessoas que passam o dia remoendo o passado com sentimentos de ódio e vingança contra outra pessoa está se conectando ou tentando se conectar com esta).

         Mas não podemos nos esquecer da infinita bondade de Deus que nos ensina como bloquear e não permitir que outros construam uma ponte mental conosco:       esquecer e manter os problemas que aconteceram no passado lá no passado; perdoar, ou pelo menos tentar, aquele que nos fez algum mal; orar e fugir dos pensamentos ruins; manter nossa mente focada em um trabalho ou estudo; manter um círculo de amizades e corresponder a todos com alegria e bons pensamentos também ajuda a afastar a conexão com outras pessoas malignas. Esse bloqueio se torna possível por estarmos constantemente atraindo energia positiva.

         Os guias espirituais nos ensinam constantemente diversas maneiras de bloquear essas pontes mentais de ódio, basta prestar atenção aos seus ensinamentos.


Há diversas maneiras de bloquear a emissão de energia negativa de outras pessoas: uma delas é nos manter dentro de um círculo de energia positiva.



    Como os guias espirituais manipulam as energias

         Os guias espirituais sabem como manipular as energias positivas e negativas e direcionam-nas de acordo com sua vontade e poder – poder este limitado segundo a evolução mental e espiritual de cada guia.

         Na Umbanda, o meio mais forte e mais utilizado pelos guias espirituais para o direcionamento de energias é o ponto riscado. Ao riscar um ponto no chão, com seus simbolismos, o guia espiritual abre uma porta de passagem de energias entre o mundo material e espiritual e ainda entre as partes da crosta e o núcleo terrestre. Através dessa poderosa porta de energias que é o ponto riscado, há a movimentação de energia negativa para o núcleo terrestre e energia positiva para a crosta terrestre.

         As energias positivas ou negativas são visualizadas pelo guia espiritual que consegue retirar a energia negativa e colocar energia positiva em uma pessoa.

         Mas como o guia espiritual faz isso?

         Pela lei do “transbordamento”.

O guia espiritual consegue mentalmente movimentar e direcionar energias positivas para uma pessoa e o excesso de energia negativa que estiver com ela será eliminada naturalmente. É neste caso que entram as ferramentas utilizadas pelo guia espiritual. Um preto-velho quando pede que o consulente segure uma bengala ou um terço ou um rosário, faz isso porque sabe que o excesso de energia negativa que “transbordará” do consulente precisa ser direcionado para algum outro corpo, neste caso sua ferramenta de trabalho. Uma vez que a ferramenta esteja carregada com a energia negativa que veio do consulente, o guia espiritual direciona mentalmente energia positiva para a ferramenta forçando a saída do excesso negativo, e por isso ele bate com a bengala no chão ou joga o terço ou rosário no chão, para que o excesso seja direcionado para o ponto riscado, ou seja, o portal de passagem de energia.
 
5.      


O ponto riscado é um poderoso portal de passagem de energia. Os guias espirituais conseguem direcionar as energias por esse portal. Retiram energia negativa de uma pessoa e direciona para o ponto riscado e puxa energia positiva da Terra direcionando para a pessoa.

 
           
Mas não é somente da Terra que o guia espiritual retira energias positivas. As energias podem vir, como ditas anteriormente, do Universo, do Sol, da Lua, do fogo, da água, dos ventos, dos cristais, de ervas, de pedras, etc. Todas essas energias possuem diferenças entre si, pois cada uma delas é processada de acordo com o meio em que foram submetidas: a energia solar é diferente da energia lunar, que é diferente da energia eólica, que é diferente da energia cristalina, etc.

De acordo com as diferenças de energias é que o guia espiritual consegue fazer um determinado tratamento em uma pessoa enferma. O guia consegue direcionar exatamente, e na quantidade correta, a energia de que a pessoa necessita.


As energias podem vir de diversos meios: universal, solar, lunar, terrestre, eólico, cristalino, ígneo, aquático, mineral e vegetal.

 
           
Somente os guias espirituais conseguem manipular essas energias?
         
      Não. Nós, encarnados, também conseguimos manipular as energias, porém não conseguimos visualizá-las.

Vejamos como podemos manipular as energias:

 Ponto Riscado
O ponto riscado do guia espiritual não é um portal que somente o guia consegue abrir e fechar, e seus simbolismos não foram desenhados ao acaso. Toda vez que um guia espiritual risca um ponto ele permite que o médium copie o desenho do ponto.

Quando o médium ou alguém próximo sentir-se com as energias baixas, pode ser riscado o ponto do guia espiritual. Não há a necessidade de incorporação neste caso.

Pede-se licença ao guia espiritual para riscar o ponto e reza-se durante o ritual.

A pessoa que estiver com a energia baixa deve ficar em pé (se for possível) em cima do ponto riscado ou pelo menos colocar uma parte do corpo em contato com o ponto riscado.

Pede-se mentalmente ao guia espiritual que faça daquele ponto riscado um portal de passagens de energias e que Olorum, Deus, permita que energia positiva seja carregada na pessoa através do ponto. Este é o momento que se deve firmar a cabeça e pedir com força para que as energias sejam movimentadas.

A pessoa receberá uma carga de energia positiva suficiente para extravasar energia negativa. Por ser um portal de passagens de energias, o ponto riscado emite energia positiva e absorve energia negativa automaticamente.


          Posicionar a pessoa que está com energia baixa no ponto riscado: a troca de energias pelo portal de passagem é automático.


Pedras, cristais, guias de contas, patuás, etc.

Mentalmente conseguimos direcionar energias positivas para objetos e com isso eles servem como meio para nos recarregar quando necessário.

Esses objetos podem ser carregados através dos guias espirituais, ou através do ritual do ponto riscado descrito acima, ou através de firmezas que fazemos aos guias espirituais, ou através do pensamento. Há outros meios de carregar os objetos positivamente, mas por ora, bastam esses.

Não podemos esquecer que estamos sempre utilizando a teoria do “transbordamento” para movimentar as energias, por isso, uma vez que utilizamos um objeto para nos recarregar estamos descarregando este objeto, pois estamos tirando a energia positiva que necessitamos dele. Assim que possível devemos recarregar positivamente o objeto.

Animais.
Nunca devemos utilizar animais para movimentar energias para nosso benefício pois isso é crueldade e não faz parte da Umbanda.

Não podemos esquecer que Deus é extremamente justo e bom, por isso não faria um ser para sofrer em nome de outro ser.

Por outro lado, se um animal de estimação não estiver bem ele pode ser tratado com o ritual do ponto riscado ou ser energizado através dos objetos descritos acima. Ajudar o próximo é um dever da Umbanda, não importando se o próximo é um ser humano ou um animal.


Por: Newton C. Marcellino
                           
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